Brasília Amapá |
Manaus

Moro aceita denúncia contra Ronan, Delúbio e Marcos Valério

Compartilhe

SÃO PAULO – O empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC, virou réu em um processo da Justiça Federal que investiga um empréstimo que teria sido feito pelo banco Schain ao PT em 2004. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), R$ 6 milhões foram repassados pelo partido ao empresário. O juiz Sérgio Moro também aceitou a denúncia por lavagem de dinheiro contra outras oito pessoas, entre elas dois personagens do mensalão — o publicitário Marcos Valério e ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

Ronan está preso em Curitiba desde 1º de abril, quando foi deflagrada a 27ª fase da Operação Lava-Jato. A denúncia do MPF diz que ele foi o beneficiário final de parte do empréstimo de R$ 12 milhões que o PT conseguiu no banco Schain por meio do pecuarista José Carlos Bumlai. O pecuarista afirma ter quitado o empréstimo por meio da entrega de sêmen de boi. Para a investigação, porém, essa versão é falsa e os valores foram pagos a partir da contratação da Schain pela Petrobras para operar o navio-sonda 10.000.

Embora durante as investigações policiais e procuradores federais tenham dito que o motivo mais provável do empréstimo tinha sido uma eventual chantagem feita por Ronan contra o PT relacionada a um esquema de corrupção de Santo André, no ABC paulista, Moro afirmou, no despacho desta quinta-feira, que a motivação ainda não está clara. Em 1º de abril, o juiz havia dito que o esquema poderia ter relação com a morte do então prefeito petista da cidade, Celso Daniel.

O empresário chegou a ser investigado pelo crime de extorsão, mas ele foi excluído da denúncia, feita pelo MPF na semana passada.

“Já quanto à Ronan Maria Pinto, além de beneficiário final dos valores, conforme rastreamento bancário, não foi produzida prova de que o empréstimo foi devolvido, colocando em dúvida a sua afirmação de que se trataria mesmo de um empréstimo. Há, é certo, algumas questões mais nebulosas, como quanto ao motivo da transferência dos valores a Ronan Maria Pinto, quanto ao grau de participação de Marclos Valério nos fatos, especificamente se teria ele ou não, como afirma, se recusado ou desistido de participar das transações, e quanto à presença ou não de dolo de lavagem no agir de Natalino Bertin, já que ele cedeu as contas de sua empresa para passagem do dinheiro, mas, aparentemente, não produziu documentos para falsear o motivo”.

O empresário nega cometido qualquer crime. No dia 6, quando a denúncia foi apresentada, sua defesa informou que a acusação de “crime financeiro será devida e documentalmente afastada assim que a defesa puder apresentar e comprovar a prática de atos totalmente lícitos da parte do empresário em todas as operações financeiras enumeradas no processo, e realizadas sem a utilização de recursos públicos.”

Além de Ronan, Delúbio e Valério viraram réus nesta quinta-feira: Breno Altman, Enivaldo Quadrado, Luiz Carlos Casante, Natalino Bertin, Oswaldo Rodrigues Vieira Filho e Sandro Tordin.


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7