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Mitsubishi admite manipulação de testes de mais modelos

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TÓQUIO – Um escândalo de manipulação de dados de consumo de combustível que começou com apenas uma linha de microcarros cresceu e agora engloba toda a linha de veículos da Mitsubishi no Japão, seu mercado doméstico. A montadora admitiu, nesta quarta-feira, que publicou dados exagerados sobre o consumo de combustível de todos os modelos que vende em seu mercado doméstico, entre eles, o utilitário esportivo RVR.

— Pensamos que os veículos vendidos no exterior não foram afetados pela manipulação — afirmou Osamu Masuko, presidente da montadora, acrescentando que os veículos vendidos fora do país “foram submetidos a testes adequados aos mercados”.

Com o acréscimo de nove modelos à lista dos afetados, salta de quatro para 13 o número de modelos com dados adulterados, segundo o site CNN Money. A empresa também informou que ainda está repetindo os testes em veículos mais antigos, mas adiantou que confirmou discrepâncias no consumo também de um número não especificado de modelos que já saíram de linha. Ela admitiu, ainda, que distorceu a eficiência energética até de um veículo que não usa gasolina: o elétrico MiEV.

No mês passado, a companhia revelou que vinha usando métodos impróprios para testar a economia de combustível, por 25 anos. A empresa admitiu o erro depois que engenheiros da Nissan descobriram discrepâncias nos dados de uma família de carros desenvolvidos pela Mitsubishi e vendidos pelas duas.

Segundo a Mitsubishi, as discrepâncias em dados de consumo dos nove modelos adicionais eram relativamente pequena, questão de “poucos porcentagem”. Porém, no caso dos microcarros (vendidos como eK pela Mitsubishi e como Dayz pela Nissan), a diferença é bem maior, variando de 5% a 15%.

Masuko disse que sucessivas equipes de desenvolvimento usaram os mesmos métodos indevidos de testes sem questioná-los. Ele atribui essa falha a uma cultura corporativa mais fechada — desencorajando os funcionários a tomar iniciativa.

— Havia, talvez, uma sensação de que, se alguém autorizou algo no passado, isso não poderia estar errado — acrescentou o executivo.

A Mitsubishi já é uma marca pequena, especialmente em seu país de origem, onde sua fatia de mercado encolheu desde que um escândalo nos anos 2000, quando funcionários admitiram ter escondido por décadas relatórios que revelavam defeitos perigosos em carros da montadora.

Masuko se defendeu dizendo que ele e outros executivos não estavam cientes da manipulação, uma posição que os líderes da empresa têm mantido desde que o escândalo veio à tona. De acordo com o presidente da montadora, eles ainda estão investigando por que um método de teste não aprovado no Japão foi usado nos carros vendidos lá.

Analistas especularam que a Mitsubishi, uma montadora pequena e com muito menos recursos que a Nissan, prometeu à empresa parceira um carro com especificações de consumo impressionantes, mas não conseguiu entregá-lo. O segmento dos microcarros baratos e com motores pequenos é extremamente competitivo no Japão.


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