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Mensagens em celular mostram que cozinhas da Kitchens eram para Lula

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SÃO PAULO — Mensagens encontradas no celular do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, estão entre as principais provas que o ex-presidente Lula e sua mulher, Marisa Letícia, foram os beneficiários das cozinhas adquiridas da Kitchens para o tríplex no Guarujá. O ex-presidente nega ser dono do apartamento, que segue em nome da OAS.

Segundo investigações da Lava-Jato, há evidências de que a construtora não apenas pagou pela reforma do imóvel, que custou cerca de R$ 750 mil, como também desembolsou R$ 320 mil por móveis de luxo instalados na cozinha e dormitórios. As mudanças no tríplex, único do edifício Solaris a receber benfeitorias, teve a participação direta de Léo Pinheiro. A OAS também comprou a cozinha instalada no sítio de Atibaia.

Segundo as investigações, a OAS foi também a responsável pelo pagamento de cerca de R$ 1,3 milhão pela armazenagem de parte da mudança retirada pelo ex-presidente do Palácio do Planalto no fim do mandato. O período de armazenagem vai de 1 de janeiro de 2011 até janeiro deste ano.

Quem negociou a armazenagem foi Paulo Okamotto, que foi presidente do Instituto Lula e é sócio de Lula na empresa LILS Palestras desde março de 2011, mas o contrato foi feito em nome da OAS. O contrato teria ocultado os bens armazenados. Para os investigadores, houve falsificação, pois o documento informou que se tratava de “armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da construtora OAS”. Foi Okamotto quem assinou, em 12 de janeiro passado, procuração autorizando a retirada dos bens do local.

A suspeita é que a reforma e os móveis adquiridos para o tríplex no Guarujá são propinas decorrentes da participação da OAS no esquema de corrupção da Petrobras. Léo Pinheiro foi condenado pelo juiz Sérgio Mori a 16 anos e quatro meses de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção.

Para os investigadores, embora Lula diga que o apartamento não é dele, por permanecer em nome da OAS, há várias provas que dizem o contrário, como de dois engenheiros da OAS, do zelador, da porteira e do síndico do Solaris, além de sócios e empregados da empresa Talento, que reformou o tríplex.

Os investigadores da Lava-jato também investigam os pagamentos feitos ao ex-presidente, a título de pagamento de palestras ou doações, pelas empreiteiras que participavam do cartel na Petrobras.

Segundo a Polícia Federal, a maior parte do dinheiro que ingressou nas duas empresas entre 2011 a 2014 teve como origem empresas do esquema de corrupção na Petrobras – Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC. No total, as duas empresas faturaram R$ 56 milhões, dos quais R$ 30,7 milhões pagos por essas empreiteiras O Instituto Lula recebeu R$ 20,7 milhões e a empresa de palestras, a LILS, R$ 10 milhões.

A Lava-Jato também descobriu que parte dos recursos que saíram das empresas e do Instituto Lula beneficiou pessoas do PT, por meio de pagamentos a empresas na qual essas pessoas aparecem como sócias. Parentes do ex-presidente também foram beneficiados.


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