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Maranhão cancela 1º sessão do esforço concentrado de votações da semana

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BRASÍLIA – O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), conseguiu irritar líderes e deputados ao recuar e cancelar a primeira sessão extraordinária de votações do “esforço concentrado”, convocada a tarde desta segunda-feira. Em reunião de pouco menos de dez minutos na presidência da Casa, o líder do governo, André Moura (PSC-SE), disse que tentou apelar para que Maranhão mantivesse a convocação da sessão, mas não conseguiu convencê-lo. Além da sessão de hoje, também não deve haver sessão extraordinária amanhã, já que Maranhão chamou a reunião de líderes para 15h.

— Ele justificou o cancelamento porque até agora havia apenas 73 deputados na Casa. Mas o quórum nas segundas-feiras é obtido mais tarde mesmo, depois das seis horas. Ele cancelou a sessão e convocou a reunião de líderes para amanhã à tarde. Queríamos adiantar e votar hoje as duas MPs que trancam a pauta — disse Moura, acrescentando:

— Ele assumiu o compromisso de convocações sessões até quinta-feira à noite.

Maranhão chegou à Câmara pouco antes das cinco da tarde, mas optou por um caminho alternativa, sem passar pelo Salão Verde da Casa, evitando os jornalistas.

O chamado esforço concentrado preocupava alguns líderes, como o do DEM, Pauderney Avelino (AM), que via nele uma tentativa de inviabilizar a leitura do parecer do recurso do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. A sessão da CCJ está convocada para a manhã de quarta-feira, mas se houver sessão de votação, as sessões de comissões são canceladas.

— Temos que ter as votações de plenário no horário normal e deixar as comissões trabalharem. Também defendo que não tenhamos recesso branco, que a Câmara continue trabalhando durante a segunda quinzena de julho. O recesso não vai acontecer — disse o líder do DEM

O líder do governo nega que a tentativa de fazer o esforço concentrado esta semana possa prejudicar a votação do recurso de Cunha na CCJ, o que beneficiaria o presidente afastado. Segundo ele, as convocações acontecem para que as sessões comecem um pouco mais cedo na tarde de quarta-feira. Embora também defenda que a Câmara não tenha recesso branco na segunda quinzena de julho, André Moura admite que será difícil manter os trabalhos nesta segunda-quinzena.

— Essa paralisação da Câmara afeta não só o governo, mas o país. Vou propor para que não tenhamos recesso branco em julho, mas sabendo que se o Senado decidir mesmo sair de recesso, a Câmara tende a seguir essa decisão. Não adianta convocar. não teríamos quórum, a gente tem que ser realista — disse André Moura.

Deputados que atenderam à convocação de Maranhão para a sessão desta segunda-feira também se irritaram com o cancelamento dela.

— Vivemos um momento deprimente, com um presidente trapalhão que não honra as funções institucionais da Casa. Se convocou, mantenha a sessão e cancele se faltar quórum. Ele expõe a Casa ao vexame. Temos que votar a cassação de Eduardo Cunha em plenário em julho e chamar nova eleição para a presidência — afirmou o relator do processo de cassação de Cunha, deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

— Virou uma brincadeira com os parlamentares. A gente deixa as bases, faz todo um esforço e ele cancela? Nós estamos sendo enrolados — reclamou o deputado Fabio Ramalho (PMDB-MG).

O líder do governo disse que o governo deverá enviar entre hoje e amanhã a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e que a ideia é votá-la até 15 de julho.


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