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Manifestantes se concentram na Esplanada dos Ministérios

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BRASÍLIA — Os manifestantes ainda estão chegando ao Museu da República, ponto de concentração do protesto contra a presidente Dilma Rousseff em Brasília. A maioria usa roupas das cores da bandeira brasileira, principalmente amarelas. Também carregam faixas contra a corrupção, pedindo a saída de Dilma do cargo, e demonstrando apoio ao juiz Sérgio Moro, que cuida dos processos da Operação Lava-Jato.

Até o momento há cinco trios elétricos, um deles trazido por policiais federais ligados à Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF). O delegado Luciano Leiro, diretor regional da ADPF no Distrito Federal, diz que eles estão ali para colher assinaturas de apoio a uma proposta de emenda constitucional (PEC) que dá autonomia financeira e administrativa à Polícia Federal, diminuindo sua dependência em relação ao ministro da Justiça. Sobre o impeachment de Dilma, ele não se posiciona.

— A gente não pode entrar nessa seara, porque é uma polícia de Estado — diz Luciano Leiro.

O primeiro carro de som traz uma foto do triplex do edifício Solaris, no Guarujá, imóvel associado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sob investigação do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Estado de São Paulo. Alguns manifestantes passam pelo carro, que ainda está estacionando, e tiram foto com ele.

O piloto de avião Erol Pereira diz que está é a quarta manifestação contra Dilma da qual participa em Brasília. Ele carrega uma filmadora presa ao corpo para fazer registros do processo.

— Eu sou a favor de acabar com a corrupção, tirar um governo afundado na lama. O governo parou. Está todo mundo desempregado. Temos que resolver isso. Estou empregado e estou aqui não só por mim, mas pelos outros também — diz ele para justificar a saída de Dilma.

O estudante Márcio Costa participa da manifestação em Brasília com uma máscara da presidente Dilma, que ele quer ver fora do governo. Em sua quinta manifestação anti-Dilma, ele espera um país melhor com a saída da presidente.

— Eu espero que haja progresso (sem ela), porque com ela não há progresso. Que o país passe a investir, e não na corrupção — diz ele, que carrega vários cartazes.

O ajudante de pedreiro João Barbosa foi às ruas protestar contra Dilma e o PT pela primeira vez em dezembro. Em sua segunda participação, ele reclama da corrupção e manifesta apoio aos juízes brasileiros, em especial Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava- Jato.

— Espero que façamos uma limpeza, não só da Dilma, também do Lula — diz João, que apoiou o PT nos anos 90. Sobre o que vai acontecer se a presidente sair, ele tem um otimismo cauteloso:

— Vamos demorar para consertar algumas coisas, mas tenho certeza de que vamos melhorar.


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