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Mais de um milhão de internautas querem cassar Eduardo Cunha

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RIO – Mais de um milhão de internautas já assinaram uma petição online pedindo a cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A campanha, hospedada na plataforma global Avaaz, foi criada em outubro do ano passado, mas viu o número de assinaturas explodir após a votação pela abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Segundo Diego Casaes, coordenador de campanhas no Brasil e membro da Avaaz há cinco anos, a petição havia conquistado 250 mil apoiadores até o fim do ano passado. Um primeiro boom foi identificado quando as notícias sobre contas na Suíça do deputado foram divulgadas, mas o ritmo de adesões arrefeceu. Até abril deste ano, o site contava 330 mil assinaturas.

Depois que a Câmara votou favoravelmente ao envio do processo de impeachment para julgamento no Senado, a Avaaz notou um grande aumento no número de assinaturas — usando o jargão, ela havia se tornado “viral”. Por volta das 14h15m da terça-feira, a petição atingiu o milionésimo apoiador. Na tarde de quarta feira, outras 200 mil pessoas já tinham assinado.

Casaes conta que o próximo passo será a entrega simbólica da petição na próxima reunião da Comissão de Ética da Câmara, na próxima terça às 14h. O presidente da comissão, deputado Carlos Araújo (PR-BA), confirmou que receberá a entidade no mesmo dia em que o delator da Lava-Jato Fernando Soares, o Baiano, será ouvido. Em colaboração premiada com a Polícia Federal, o lobista afirmou ter feito pagamento de propina a Cunha.

CAMPANHA É UMA DAS MAIORES

Os brasileiros que fazem parte da Avaaz são bastante ativos: algumas das maiores campanhas da entidade são localizadas no país. E a petição contra o presidente da Câmara, pela grande adesão, também já se tornou uma das mais relevantes em termos globais. A marca de um milhão costuma ser atingida somente em campanhas feitas em todo o mundo. O ritmo de novas assinaturas também é alto: A reportagem do GLOBO contou 24 adesões em um minuto.

— É muito interessante como algumas campanhas podem demorar mais para se tornarem virais. Para nós, a campanha do Cunha é um termômetro do que as pessoas estão discutindo na política — explica Casaes.

Anualmente, a entidade faz uma consulta para apurar os valores e temas de interesse da comunidade: no Brasil, o combate à corrupção surgiu como prioridade. E alguns temas acabam virando objeto de campanhas criadas pela própria Avaaz. É o caso da petição em questão.

— Percebemos que petições sobre uma questão com a qual muitas pessoas se importam, como esta, ou a petição contra o limite de dados nos pacotes de telecomunicações, que se tornou viral na mesma semana e acabou de chegar a 1,5 milhão de assinaturas, são as que alcançam centenas de milhares ou até milhões de assinaturas. Mas não apoiamos todas as campanhas criadas por membros da nossa comunidade — explica Oscar Soria, assessor de imprensa da Avaaz global, lembrando que a plataforma já foi usada para a divulgação de uma petição a favor do impeachment de Dilma Rousseff.

— As pessoas no Brasil veem a Avaaz como o lugar onde podem expressar suas vozes e visões políticas — diz Soria.

O GLOBO tentou entrar em contato com as assessorias do PMDB e do deputado Eduardo Cunha, mas não obteve resposta.


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