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Máfia da Merenda: Presidente da Alesp minimiza acusação de delator sobre propina

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SÃO PAULO – Após ser acusado pelo lobista Marcel Ferreira Julio de ter recebido propina para sua campanha, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez (PSDB), disse nesta sexta-feira que seu nome está sendo usado indevidamente, “para inserir cunho político eleitoral à Operação Alba Branca”. A operação investiga a Máfia da Merenda em São Paulo.

Segundo a edição desta sexta-feira do jornal “Folha de S.Paulo”, Marcel Ferreira Julio — um lobista que atuou no esquema de desvios de merenda escolar e fez delação premiada — afirmou que o presidente da Alesp era destinatário de parte da propina.

O depoimento de Ferreira está sob sigilo, segundo determinação da Justiça. De acordo com o jornal , Marcel prestou depoimento no último fim de semana. Segundo o lobista, ele tratou do pagamento de propina com dois assessores de Capez. Os servidores disseram ao lobista que a propina era destinada a fins eleitorais.

O nome dos assessores são Jéter Rodrigues e Merivaldo dos Santos. Um auxiliar ainda próximo ao tucano, Luiz Carlos Guttierez, conhecido como Licá, também foi envolvido no esquema pelo delator, segundo o jornal.

“A apuração legitima e isenta da Controladoria Geral da Administração, demonstrou que não houve fraude nos contratos com a Secretaria Estadual da Educação. Da mesma forma, e como era de se esperar, claro ficou que não tive qualquer participação ou influência na celebração desses contratos. Não recebi qualquer valor ou bem material para uso na campanha e todas as minhas contas foram aprovadas. Se receberam dinheiro ou bem, foi em proveito próprio sem meu conhecimento”, disse Capez em nota enviada nesta sexta-feira.

A Alba Branca investiga um esquema de fraudes em licitações da merenda escolar. A Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) se infiltrou em pelo menos 22 prefeituras e mirava em contratos da Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Em sua delação, Marcel Julio afirmou que ele e o pai, Leonel Julio, ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo Leonel Julio (antigo MDB, 1976), que também foi preso na Alba Branca, auxiliaram Capez na campanha de 2010.

Em sua edição de hoje, “O Estado de S.Paulo” também traz detalhes do depoimento sobre a delação do lobista, que teria dito que Capez chegou, durante um encontro para tratar da propina, a esfregar o indicador e o polegar da mão e, rindo, disse: “Não esquece de mim, hein, estou sofrendo em campanha!”, deixando, segundo o delator, claro que o presidente da Alesp queria dinheiro.

A reportagem do “Estado” diz que o delator relatou que em um dos encontros, o ex-assessor do tucano Jéter Rodrigues Pereira o chamou na Assembleia para conversar . “Eu fui até lá, quando ele me disse: Você viu lá a publicação, tudo como combinamos? Agora precisamos falar de valores. Eu quero 2% do contrato e no total nós queremos, tirando os meus 2%, mais R$ 450 mil para ajudar na campanha do Deputado Capez”, afirmou o lobista.


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