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Lula volta a Brasília para tentar conquistar mais votos ou abstenções

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BRASÍLIA E SÃO PAULO – . O ex-presidente Lula voltou a Brasília na manhã deste domingo para tentar uma última ofensiva antes da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff: o petista está ligando para deputados para tentar conquistar votos contra o afastamento ou pelo menos para pedir a abstenção na sessão em plenário, de forma a evitar os 342 votos necessários ao impeachment. A estratégia foi confirmada ao GLOBO por deputados petistas próximos ao ex-presidente.

Lula deixou Brasília no meio da tarde de ontem, depois de participar de encontro com movimentos sociais e de articular votos anti-impeachment. Ele voltou para São Paulo, mas decidiu retornar à capital no dia da votação.

O Salão Verde da Câmara, que fica em frente à entrada central do plenário, é ocupado principalmente por deputados da oposição, eufóricos com o discurso de que já há mais de 360 votos a favor do impeachment. Os governistas são minoria e estão contidos.

– Existe um movimento para convencer os deputados a votarem contra. Lula voltou para isso – diz o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos interlocutores do ex-presidente.

Os petistas dizem que ainda há deputados que “não se sentem à vontade” para votar pelo impeachment e que estariam sendo cobrados a fazer isso por conta do apelo de suas bases eleitorais. Junto a esse grupo, Lula tenta incentivar pelo menos a abstenção. Segundo parlamentares, o ex-presidente está ligando e se encontrando com deputados em Brasília.

Com a decisão de voltar a Brasília, Lula não vai participar da manifestação contra o impeachment que será realizada no Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo. A presença do ex-presidente era defendida por algumas lideranças do PT. O petista tem apresentado a voz bastante rouca, o que tem dificultado a sua participação em atos públicos.

De terça-feira até sábado, Lula estava em Brasília e fez do hotel em que estava hospedado, o Royal Tulip, um verdadeiro QG contra o impeachment. No local, ele conversou intensamente com parlamentares e líderes partidários.

Na manhã de sábado, Lula visitou o acampamento com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) montou em Brasília para protestar contra o impeachment. Com a voz rouca, o ex-presidente comparou as últimas negociações em busca de votos com a “bolsa de valores”, devido ao “sobe e desce” do placar do impeachment. E intensificou a ofensiva contra o vice, Michel Temer, chamando o PMDB para concorrer “nas urnas” em 2018.

No evento, Lula afirmou que o impeachment “é uma guerra” e que ele trabalha “24 horas por dia” para garantir metade dos 513 votos da Câmara, uma vez que os deputados mudam de lado facilmente.


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