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Lula reclama de ‘perseguição política’ do MP a aliados

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BRASÍLIA – Em reunião na manhã desta quarta-feira na residência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-presidente Lula reclamou da atuação do Ministério Público na Operação Lava-Jato, dizendo que sofre “perseguição política” do MP. Ele disse que não era necessário tê-lo levado de forma coercitiva para depor e fez um desabafo dizendo que ele e a ex-primeira dama dona Marisa Letícia estão “tristes com a situação”. Durante o encontro, senadores do PT fizeram um apelo para que o ex-presidente aceite ser ministro para se proteger do juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava-Jato.

— Lula falou que ele não se oporia a depor, mas que fizeram de tudo para colocá-lo na Lava-Jato. Ele falou um pouco mal do Ministério Público. Ele está triste, incomodado e disse que dona Marisa não está bem — relatou ao GLOBO um senador que pediu reserva.

Depois da reunião na casa de Renan, ele e Lula foram até a casa do ex-presidente José Sarney para conversar sobre a relação do governo com o PMDB, a cada dia mais distante da presidente Dilma Rousseff. O café da manhã na casa de Renan seria para tratar do tema, na acabou virando um comício em favor de Lula, segundo relatos de senadores peemedebistas.

Ao fim da reunião na residência oficial de Renan, ele entregou a Lula um exemplar da Constituição Federal. Ambos apontaram trechos e pousaram para fotos.

Na reunião com Lula, um grupo de senadores pediu que ele assuma o Ministério da Fazenda, para reorganizar e dar novo ânimo à economia. Segundo o senador Helio José (PMB-DF), que saiu por volta das 11h40, o ex- presidente não demonstrou vontade de assumir um cargo no governo. O encontro já dura mais de três horas.

No quadro de tensão e incertezas, o ex-presidente Lula desembarcou em Brasília para assumir a articulação junto ao PMDB e discutir com a presidente mudanças na agenda econômica que tenham impacto imediato.

A reunião que seria apenas com a cúpula do PMDB do Senado acabou ampliada incluindo outros partidos da base aliada, como PT, PCdoB e PDT. Com isso, segundo relatos de participantes, o encontro que ainda está acontecendo foi pouco objetivo quanto a discussão de uma estratégia para tentar conter o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso.

Lula, na primeira hora de reunião, fez um relato sobre o uso do sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá, alvos de investigação.

— Estão querendo me incluir de todo o jeito. Estão forçando a barra — disse o ex-presidente.

Segundo ele, não há nada de errado. Ele também fez referência às mais de 200 caixas de presentes que recebeu quando era presidente, dizendo que contêm desde relógios a bebidas. Contou que distribuiu em vários lugares para guardá-las porque são “trambolhos” que não cabem em sua casa e não tem onde armazenar.

O ex-presidente reclamou ainda que, quando tudo estava bem politicamente, não se questionava nada.

— Agora, tudo tem que ser explicado — disse Lula, segundo um participante do café da manhã. (colaborou Cristiane Jungblut)


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