Brasília Amapá |
Manaus

Líderes da oposição na Câmara criticam ‘pauta-bomba’ de Dilma

Compartilhe

BRASÍLIA — O vice-presidente Michel Temer já reclamou com aliados sobre a postura da presidente Dilma Rousseff. A avaliação é que ela fará novas medidas que podem impactar o orçamento de um eventual governo Temer. A oposição na Câmara criticou as mudanças anunciadas. O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), afirmou que não há espaço no Orçamento pata esse tipo de despesa, como o reajuste do Bolsa Família,

— São medidas irresponsáveis, insanas. É muito menos picuinha e muito mais irresponsabilidade, deixando a conta para o país — disse Pauderney.

Pauderney Avelino lembrou que mesmo nos momentos cruciais, como a passagem de Fernando Collor para Itamar Franco, houve colaboração, o mesmo em 2002, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso montou um QG da transição, para o PT ficar até a posse do ex-presidente Lula.

O líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA), disse que as medidas foram tomas por “ressentimento”.

— Não foi movido por um sentimos construtivo para atender a população, foi movido por um ressentimento, uma odiosidade. Mas não acredito que isso vá dar muitos problemas para o Michel Temer, porque volume de problemas que ele vai encarar já é astronômico. A equipe saberá fazer as compensações a essas atitudes.

O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), chamou as medidas de “gracinhas”, mas disse que elas não serão capazes de ampliar o apoio à Dilma:

— Até esses dias disse que não ia fazer, porque não tinha dinheiro, porque o país estava em crise. E de, repente, vem com essa gracinha, depois que a Câmara aprovou a admissibilidade do seu afastamento e às vésperas do Senado afastá-la. Isso não vai garantir apoio, porque todo mundo já sabe que foi enganado por ela. Ninguém dá mais ouvidos.

Temer analisa medidas de impacto para contrapor às ações de Dilma. Uma das metas a longo prazo é a redução da taxa de juros, já que a inflação está em queda. O vice-presidente se reuniu na tarde desta segunda com Henrique Meirelles e aliados peemedebistas para analisar o que já vem sendo chamado de “pauta-bomba” de Dilma.

No caso das medidas econômicas, a avaliação é que a nova faixa do IR não deve prosperar, pelo menos no Congresso, até porque seria apresentada por meio de projeto de lei. Uma das possibilidades em discussão pelo governo é criar uma nova faixa de renda, com alíquota superior a 27,5%, hoje o percentual máximo de desconto. A presidente anunciou, no domingo, que vai corrigir a tabela do IR de pessoas físicas em 5% a partir de janeiro de 2017.

PETISTA DEFENDE MEDIDAS

No PT, o deputado Vicente Cândido (SP) defendeu as medidas econômicas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff e o reajuste médio de 9% no Bolsa Família. Para o petista, as decisões “cabem no Orçamento” e devem ser tomadas pelo governo já que, segundo ele, esse tipo de medida não seria adotada pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) porque ele “não tem compromisso” com esse tipo de agenda.

— Não acho que vai impactar, não é isso que vai piorar ou melhorar a economia. Essas medidas cabem no Orçamento, não vejo nenhum exagero. E como o governo Temer não tem compromisso com isso, ela pode e deve fazer — defendeu o petista.

*Estagiário sob supervisão de Paulo Celso Pereira


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7