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Líder do PV no Senado quer a convocação de Aragão para falar sobre ameaças à PF

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BRASÍLIA – O líder do PV no Senado, Álvaro Dias (PR), apresentou nesta segunda-feira requerimento pedindo a convocação do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, para comparecer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para dar explicações sobre suas declarações de que faria mudanças na Política Federal. No plenário, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), teve uma acalorada discussão com a senadora Gleisi Hoffman (PT-SC) sobre o processo de impeachment, a formação de um governo de transição numa eventual queda da presidente Dilma Rousseff e de eventuais ações do ministro da Justiça, Eugênio Aragão, para coibir a ação da PF nos processos da Operação Lava-Jato.

Cássio disse que se as ameaças de Aragão se confirmarem , haverá uma forte reação da sociedade Civil e dos partidos de oposição.

— Não aceitaremos qualquer intervenção na Polícia Federal , no Ministério Público ou na Lava-Jato. O ministro Aragão mostrou que tem um faro apurado para sentir o cheiro de vazamentos da Polícia Federal e ameaçar de punição. Mas esse faro não serviu para sentir o odor que permeia o governo. Como aceitou ser ministro de um governo que está caindo de podre? — reagiu Cássio Cunha Lima.

Na tribuna, a senadora Gleisi defendeu o ministro Aragão, lendo suas declarações ao jornal Folha de São Paulo, onde afirmou que se sentisse cheiro de vazamento de informações, trocaria a equipe toda da Polícia Federal e nem precisaria de ter provas.

— O ministro Eugênio Aragão teve um posicionamento bastante equilibrado. A Polícia Federal precisa ter responsabilidade pelas ações de seus membros — rebateu Gleisi.

O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PE), defendeu o ministro.

— Não foi ameaça — disse o petista.

Gleisi também acusou lideranças do PSDB e PMDB de estarem já negociando “um acordão” para ocupar o lugar da presidente Dilma e parar as investigações da Lava-Jato. Ela se referiu a entrevista do senador José Serra (PSDB-SP) ao jornal O Estado de São Paulo sobre termos de um governo de coalizão entre a oposição e o PMDB, com a formação de um ministério “surpreendente”, para que o País chegue a normalidade e “sem caça as bruxas”.

— Que normalidade é essa que se refere o senador José Serra? A normalidade de parar as investigações da Lava-jato? E o que é parar a caça as bruxas? Um governo de consertação para parar as investigações? Acabar as investigações? _ protestou Gleisi.

O líder Cássio Cunha Lima explicou então que o PSDB tem sim conversado sobre saídas para o Brasil diante da iminente queda da presidente Dilma, mas que não há “força” humana capaz de parar a Lava-jato. Explicou que ao defender que não haja caça as bruxas, é justamente em relação a lideranças do PT que ainda se preocupam com o País.

Cássio confirmou que o PSDB vem conversando com o PMDB há algum tempo sobre o pós impeachment e que agora essas conversas estão se afunilando.

— O senador José Serra fez uma entrevista analítica que aponta caminhos para sair da crise. Um homem de visão como Serra pensa lá na frente e se preocupa com saídas para o Brasil. Não é um conchavo, é um entendimento em favor do Brasil. E o PT será chamado também, porque mesmo que perca a presidência, continuará tendo responsabilidades sobre o Brasil — respondeu Cássio Cunha Lima.

Sobre o placar do impeachment na comissão processante na Câmara, Cunha Lima disse que já uma maioria e que os indecisos começarão a se definir a medida que a sociedade começar a pressionar. Ele disse que na comissão e na Câmara a pressão das ruas será decisiva. Mas os erros da presidente Dilma nas últimas semanas, como criminalizar o juiz Sérgio Moro e abrigar o ex-presidente Lula no Planalto, também devem pesar.

— É impressionante como a presidente Dilma não se cansa de errar. Agora resolveu atacar o juiz Sérgio Moro — disse Cássio Cunha Lima.


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