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Janot vê mais indícios contra Dilma além de áudio

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BRASÍLIA — Apesar de anular parte de gravações que poderiam incriminar a presidente afastada Dilma Rousseff, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve válidos outros elementos colhidos pelo Ministério Público Federal sobre o episódio da tentativa de nomeação do ex-presidente Lula para o seu Ministério. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou à Corte um pedido de abertura de inquérito contra Dilma e Lula por suspeita de obstrução à Justiça.

Janot considerou indícios da prática ilícita não só as gravações. Teori ainda não decidiu se abre o inquérito, mas a tendência é que a investigação seja instaurada.

O ministro do STF anulou a validade de gravações realizadas após o período autorizado pelo juiz Sérgio Moro. Trata-se do diálogo em que Dilma diz a Lula que está enviando, por meio de um emissário, o termo de posse do petista como ministro da Casa Civil. As escutas estavam autorizadas até a manhã de 16 de março, mas a conversa entre Dilma e Lula foi gravada à tarde.

Para investigadores da Lava-Jato, a nomeação de Lula teria ocorrido com o propósito de dar a ele o direito de ser investigado e julgado em foro especial. Os processos contra o petista sairiam, assim, das mãos de Moro e seriam transferidas para o STF. Essa manobra configuraria obstrução à Justiça.

No pedido de abertura de inquérito, Janot não citou só a conversa. Ele acrescentou o fato de a nomeação de Lula ter sido publicada em edição extra do Diário Oficial da União, supostamente para garantir a transferência mais rápida do foro judicial. Também foi citada a entrevista que Dilma para explicar o teor do diálogo e nota oficial dela sobre o assunto.

São alvo do mesmo pedido de abertura de inquérito os ex-ministros José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante. Em conversas com um assessor, Mercadante teria tentado impedir a delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral. Esses áudios foram usados como indícios por Janot.

Outro elemento levado em conta por Janot foi a nomeação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça. Em delação, Delcídio declarou que o objetivo da escolha era garantir a concessão de habeas corpus para executivos presos na Lava-Jato.


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