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Investigados na Máfia das Merendas abriram outra cooperativa

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SÃO PAULO — Pelo menos três investigados na Operação Alba Branca, que apura fraudes no fornecimento de merendas para a rede estadual de ensino de São Paulo e 22 prefeituras, abriram outra empresa com a finalidade de vender alimentos superfaturados. De acordo com o Ministério Público, eles criaram a Cooperativa de Apoio ao Desenvolvimento da Economia Solidária (Cooperades) para cometer os mesmos ilícitos que a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf).

— Como a Coaf estava numa situação financeira muito debilitada pelas propinas tinham que pagar, abriram uma segunda empresa para continuar a fazer o mesmo esquema e atuar no mesmo ramo —afirmou o promotor Fabio Romanelli.

Ex-presidente da Coaf, Carlos Alberto Santana da Silva, tinha o mesmo cargo na Cooperades, que iniciou suas atividades em 30 de agosto de 2015. A data de constituição da empresa, cujo 1º secretário era Adriano Miller Aparecido Gilbertoni Mauro (setor financeiro da Coaf), foi 9 de dezembro do ano passado. O ex-vendedor da Coaf Cesar Augusto Bertholino figurava como 2º tesoureiro na outra cooperativa. Os três estavam entre os 14 presos na Alba Branca, que já foram soltos.

A PREÇO DE BANANA

De acordo com reportagem do “Jornal Hoje”, da TV Globo, diretores da Coaf estiveram em Jacupiranga, quase divisa de São Paulo com o Paraná, para se aproximar de agricultores e conseguir um documento para fundar a Cooperades. Na época, o quilo da banana era vendido por R$ 0,30 na região, mas os funcionários da Coaf prometeram pagar R$ 2 pelo quilo, preço de mercado.

Cesar Andrade Correia, advogado de Adriano Miller, contesta a versão do MP:

— Isso não procede porque a Cooperades não tinha nem CNPJ na época em que a Coaf estava sendo investigada. Não podia nem funcionar. Alguns funcionários, na hora em que viram que não tinha mais saída, criaram a nova cooperativa, com intuito de continuar os trabalhos, mas de forma lícita. Mas não foi firmado nenhum contrato.

Rogério Valverde, advogado de Carlos Alberto Santana e Cesar Bertholino, deu a mesma versão:

— Meus clientes disseram que a intenção era deixar a Coaf, que estava cheio de problemas, e dar sequência aos projetos, de forma séria e correta, nesta nova cooperativa.

Em sua ficha cadastral, a Cooperades é descrita como uma cooperativa atuante no comércio atacadista de frutas, verduras, raízes, tubérculos, hortaliças, legumes, leites e laticínios, cereais, farinhas, amidos e féculas. Entre as atividades do objeto social também estão o fracionamento e acondicionamento de produtos alimentícios, além de consultoria agrícola e pecuária.


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