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Hospital fica inundado, e emergência é suspensa em Franco da Rocha

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CAIEIRAS E FRANCO DA ROCHA (SP) – O primeiro dos três andares do Centro Médico Mourato, em Franco da Rocha, ficou inundado com o temporal que caiu na noite desta quinta-feira. Até a tarde desta sexta, funcionários do hospital retiravam lama do térreo, onde funciona a emergência, que teve aparelhos danificados, e os serviços suspensos. O CTI e a internação, nos pisos superiores, continuam em operação. A Câmara Municipal e uma delegacia também foram inundadas.

– Tivemos que suspender os atendimentos por volta das 22h30, porque, em meia hora, a água subiu quase até o teto. Vimos até geladeira passar boiando na rua com a enchente – contou o recepcionista Ivo Reis.

Em Caieiras, onde cerca de 40 pessoas ficaram desalojadas, um muro caiu, e casas foram invadidas por lama aos deslizamentos. O operador de escavadeiras Francisco José de Oliveira, de 29 anos, foi retirado de sua casa pela Defesa Civil na noite de quinta, depois que parte de uma árvore caiu próxima à sua cozinha.

– Eles vieram cerca de meia-noite, nos tiraram e fomos levados para uma quadra esportiva, para onde as pessoas de áreas com riscos estavam sendo conduzidas. Mas lá estava mas inundado do que a minha casa. Acabei indo dormir na casa de um amigo, com minha mulher e meu filho de 3 anos. Ele ficou muito assustado, mas queria voltar para casa. Disseram que depois que passar a chuvarada, vão chamar engenheiros para avaliar se podemos voltar – disse Francisco, que está desempregado e mora no local há 2 anos e meio.

Em frente à sua casa, um muro desabou, e atingiu outras residências na base do morro do bairro de Eucaliptos. A dona de casa Lindomara Nascimento foi uma das afetadas e chorou ao receber a notificação da Defesa Civil para deixar a área de risco. Ela foi surpreendida com terra entrando pela janela do cômodo onde seu pai, de 63 anos, dormia.

– Ele é deficiente, e tivemos que tirá-lo da cama e levá-lo para outra casa. Minha filha foi dormir na casa do namorado. Meu marido e eu dormimos dentro do carro. A Defesa Civil só apareceu hoje depois dos estragos. Mesmo que queiram que eu vá para um abrigo, não vou – disse Lindomara.

Prefeito de Caieiras decreta estado de emergência

A prefeitura de Caieiras decretou estado de emergência após as chuvas dos últimos dias e o temporal dessa madrugada. De acordo com o prefeito Roberto Honomoto, cerca de 40 pessoas ficaram desabrigadas e estão alojadas numa quadra de esportes no bairro de Eucaliptos, um dos mais atingidos por deslizamentos.

– Alguns deslizamentos ameaçaram as casas. Uma delas chegou a desmoronar. Pelo menos ainda não tivemos nenhuma norte De manhã, estávamos com metade da cidade inundada. Desde as 19h de ontem estamos com a Defesa Civil nas ruas. Mas a chuva foi se acentuando, e não conseguimos chegar a alguns pontos, onde as pessoas ficaram ilhadas – disse Honomoto.

Outra grande preocupação é o aumento do nível da represa Paiva Castro, que começa em Mairiporã, passa por Franco da Rocha até chegar a Caieiras:

– A informação que tivemos da Sabesp é de que a vazão foi afetada, mas estamos com o nível controlado. Mas continua chovendo forte, e muita água vai parar lá dentro. Se as comportas forem abertas, teremos problemas, pois o maior copo de água vai vir para Franco da Rocha e Caieiras.

O prefeito diz que a última vez que a cidade foi afetada por temporais foi em 2009, em seu primeiro mandato:

– Mas não chegou nem pés dessa vez. Os danos são muito maiores e os riscos de deslizamentos também.

Tanto em Caieiras quanto em Franco da Rocha, carros foram encobertos em áreas de alagamento.

Homem usa jet ski para ajudar a salvar pessoas

O desempregado Arlindo Rogério Pinto, de 46 anos, ficou com o carro inundado num acesso a Franco da Rocha. O Fiat Uno só conseguiu ser retirado com a ajuda de um jet ski.

– Quando vi que não conseguia passar com o carro abandonei. Perdi o emprego e agora o carro, que eu tinha juntado dinheiro para juntar – lamentou, emocionado.

Marcio Ferroni, dono do jet ski, teve dificuldades para rebocar o automóvel. Ele conta que ajudou a retirar cerca de 20 pessoas ilhadas:

– Vim buscar minha irmã às 7h, que estava ilhada num supermercado, e retirei 7 policiais e o delegado de plantão da delegacia, que ficou inundada. Antes desse carro, já havia rebocado outro.


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