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Governistas acusam relator de ampliar denúncias contra Dilma

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BRASÍLIA — Senadores que defendem a presidente Dilma Rousseff acusaram Antonio Anastasia (PSDB-MG) de ter ampliado os casos em análise em seu relatório sobre o processo de impeachment. Eles argumentam que não poderiam ter sido citadas as pedaladas fiscais antes de 2015 e planejam entrar com um recurso no plenário ou no Supremo Tribunal Federal (STF).

O senador Lindbergh Faria (PT-RJ) quer que seja dado um novo prazo de 10 dias para que a presidente Dilma Rousseff possa se defender de novas denúncias que teriam sido incluídas no parecer. Anastasia nega a ampliação e afirma que tais informações serviram apenas como contextualização.

— É uma surpresa. O Anastasia ampliou muito o objeto do impeachment aprovado na Câmara. Incluiu pedaladas em 2013, em 2014, Caixa Econômica, FGTS, sem dar a presidente o direito de defesa. O relatório mostra que esse é um processo essencialmente político e, com as novas denúncias, a presidente precisa de mais 10 dias para nova defesa. Vamos nos reunir agora com o corpo técnico para ver que tipo de recurso entrar — disse Lindbergh.

— É um relatório pior que a encomenda, que passa por cima da Constituição — complementou a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM).

Anastasia afirma que as informações relativas a outros bancos e anos anteriores serviram apenas para contextualização e que o enquadramento como crime de responsabilidade é apenas do fato de 2015.

— É um engano. Foi feito um contexto só para esclarecer os fatos. O Supremo mesmo falou na sua ata em reiteradas práticas, então não é uma vez só, vem de trás. É preciso contextualizar para ter um encaminhamento lógico e a defesa também faz isso — disse o relator.

OPOSIÇÃO COMEMORA RELATÓRIO

O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), elogiou o parecer, que classificou como mais robusto que o aprovado na Câmara.

— É demolidor para o governo. Não há como deixar de caracterizar o que ocorreu como crime. É muito mais robusto — disse Cunha Lima.

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) também elogiou o parecer.

— Agora entendo as razões pelas quais o PT queria impedir que o senador Anastasia fosse o relator: porque o relatório foi impecável — disse Ferraço.

— O relatório, como está posto, é incontestável — acrescentou o presidente nacional do DEM, senador José Agripini (RN).

Na mesma linha, falaram os senadores Waldmir Moka (PMDB-MS) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

— O Anastasia foi preciso, sóbrio, com os pontos nevrálgicos — disse Aloysio.


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