Goleiro Bruno deve voltar a morar no Rio, na casa da atual mulher
RIO – O goleiro Bruno, que conseguiu um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve voltar a morar no Rio de Janeiro, onde vive a mulher Ingrid Calheiros, no Recreio dos Bandeirantes. O casal está junto desde 2008, antes da prisão do ex-jogador acusado do assassinato de Eliza Samúdio, mas só se casaram ano passado.
A dentista, que também trabalha numa clínica no Recreio dos Bandeirantes, vistava o marido com frequência. O casamento foi realizado na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) de Santa Luzia, em Minas Gerais, em junho do ano passado, com a presença de 90 convidados, entre parentes e amigos.
Bruno foi condenado em primeira instância a 22 anos de prisão, porém seus advogados recorrem da decisão em segunda instância. O STF considerou que o pedido de habeas corpus para que ele recorra em liberdade, após 6 anos e 7 meses na cadeia.
MODELO SUMIU EM 2010
A modelo Eliza Samudio modelo desapareceu no dia 4 de junho de 2010, quando deixou um hotel no Rio e foi ao sítio do atleta, em Esmeraldas (MG). Três semanas depois, policiais foram ao imóvel, mas não encontraram a criança. A mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, negou a presença do bebê no sítio. No entanto, o funcionário Wemerson Marques, conhecido por Coxinha, confessou ter recebido a criança de Dayanne, tendo repassado a um terceiro. Este, por sua vez, deixou o bebê com uma mulher em Ribeirão das Neves (MG), onde ele foi encontrado no dia 26 de junho.
Dois dias depois, a polícia fez uma varredura no imóvel atrás de pistas sobre o desaparecimento de Eliza. Encontrou fraldas, roupas femininas e uma passagem aérea com nome ilegível. No carro de Bruno havia manchas de sangue no assoalho e no porta-malas, que a perícia comprovou serem de Eliza. Um par de óculos escuros e sandálias, encontrados no automóvel, foram reconhecidos por testemunhas como sendo da jovem. No dia 1º de julho, o jogador finalmente falou sobre o assunto e disse que estava preocupado com o desaparecimento da modelo.
Imagens do Julgamento
No dia 6 de julho, em entrevista a uma rádio, o tio de um dos envolvidos contou que o sobrinho, então com 17 anos, confessara que ele e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, braço-direito de Bruno, teriam levado a jovem para o sítio do goleiro. No trajeto, o adolescente teria dado três coronhadas na cabeça de Eliza. Ao ser apreendido, na casa do jogador, o garoto afirmou que Bruno mandara matar a modelo e que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, teria ficado encarregado da tarefa. Bola teria estrangulado a jovem e, em seguida, esquartejado o corpo. Apesar das buscas em diversos lugares, o corpo de Eliza nunca foi encontrado.
Em 7 de julho, a Justiça decretou a prisão de Bruno, Macarrão e Dayanne. O Flamengo decidiu suspender o contrato do goleiro. No dia seguinte, foi decretada a prisão de Bola. Ainda no dia 8, Bruno se entregou à polícia. Em 29 de julho, a polícia concluiu o inquérito e indiciou Bruno por homicídio, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores. Também foram indiciados pelos mesmos crimes os demais envolvidos: Macarrão, Coxinha e Dayanne, além Flávio Caetano de Araújo (Flavinho), Elenílson Vitor da Silva, Sérgio Rosa Sales e Fernanda Gomes. Bola foi indiciado por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.
Infoglobo – Autorizado