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Fiel da balança no Conselho de Ética, Tia Eron tem mandato vinculado à Igreja Universal

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BRASÍLIA — A trajetória da deputada Tia Eron (PRB-BA) se confunde com a da Igreja Universal, a ponto de aliados dizerem que não é ela, e sim o presidente de seu partido, o pastor licenciado Marcos Pereira, que definirá seu voto decisivo no Conselho de Ética da Câmara, no processo de cassação do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

— A atuação dela sempre foi vinculada à Igreja Universal. O voto não é dela, é do Marcos Pereira. O que ele mandar, ela vai fazer. Por ela, ela não votaria a favor de Cunha, mas a informação é que o Marcos Pereira entrou nisso — disse uma liderança política baiana.

Eronildes Carvalho começou a frequentar os cultos ainda criança, acompanhando a mãe. Mais tarde, tornou-se evangelizadora da Escola Bíblica Infantil, onde passou a ser conhecida como “tia”, tratamento incorporado ao nome político.

Foi a partir do trabalho social na igreja, em bairros pobres de Salvador, que ela entrou na vida política. Tia Eron se elegeu vereadora na capital baiana pela primeira vez no ano 2000, pelo PFL. Foi reeleita três vezes, a última delas pelo PRB.

Atualmente, além de deputada federal, Tia Eron cursa Direito na Faculdade Batista Brasileira. Viúva há mais de dez anos, ela tem 44 anos e dois filhos, Éden e Eva, ambos na casa dos 20 anos.

Na Câmara, Tia Eron é uma das autoras, com outros integrantes da bancada evangélica, de projeto para sustar a permissão para que travestis e transexuais sejam chamados pelo “nome social” no âmbito da administração pública federal e em documentos oficiais.

O mandato de Tia Eron é voltado sobretudo para a luta em defesa dos direitos da mulher e da igualdade racial.

Em vídeo gravado para o blog do Lauro Jardim, do GLOBO, em novembro do ano passado, ela disse que uma das coisas que a marcaram foi o assédio sexual sofrido por ela ao tentar reativar a Comissão Temporária de Combate à Discriminação Contra a Mulher, na Câmara Municipal de Salvador.

— Teria que trocar, ir para a cama mesmo, para fazer com que essa comissão de defesa do direito da mulher viesse a funcionar (…) sobretudo quando se é mulher, negra, onde no imaginário coletivo desses homens há de se pensar que é a cor do pecado — disse.


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