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Ex-governador se entrega após tentativa frustrada de fuga

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BRASÍLIA – Após uma tentativa frustrada de fuga – que contou com a participação de policiais militares e de uma secretária adjunta do governo estadual -, o ex-governador de Roraima Neudo Campos se entregou nesta terça-feira à polícia. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) no estado, Campos pretendia fugir da capital, Boa Vista, para Pacaraima, já na fronteira com a Venezuela.

De acordo com o MPF e a Polícia Federal (PF), uma associação criminosa que agia para impedir a prisão de Campos foi desarticulada na segunda-feira. Uma secretária adjunta do governo estadual e dois PMs foram presos na ação. Também houve o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão nas casas dos envolvidos.

Campos foi condenado a dez anos e oito meses de prisão em regime fechado pelo envolvimento no chamado escândalo dos gafanhotos, em que funcionários fantasmas apareciam na folha de pagamentos do governo estadual. Ele se entregou na madrugada desta terça no Comando de Policiamento da Capital, em Boa Vista. Depois, foi conduzido para a sede da PF na cidade.

Ele recorreu da condenação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Até recentemente, só podia haver prisão após o trânsito em julgado, ou seja, quando não houvesse mais possibilidade de recurso. Mas, em 17 de fevereiro, o STF mudou sua jurisprudência e determinou que condenados em segunda instância – como é o caso de Campos – já poderiam começar a cumprir pena.

Campos foi condenado na Justiça Federal de Roraima e, depois, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), com sede em Brasília e que abrange o DF, Roraima e mais 12 estados. O mandado de prisão contra o ex-governador foi expedido na última quinta-feira.

O MPF informou que a fuga foi impedida após o monitoramento de conversas telefônicas. Os policiais militares presos tiveram aparelhos de celular e armas de fogo apreendidos. O MPF anunciou também que poderá usar as provas colhidas durante as buscas e apreensões para também investigar possíveis atos de improbidade administrativa.

O GLOBO não conseguiu entrar em contato com a defesa de Campos. Ele é marido da governadora Suely Campos (PP), eleita em 2014 após o próprio Campos se retirar da disputa. Governador entre 1995 e 2002, ele tentou voltar ao cargo, mas foi barrado pela Lei da Ficha Limpa. Ao assumir o posto, Suely o nomeou secretário.


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