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Escolhido líder por Temer, Aloysio já declarou não querer interino na Presidência

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RIO — Antes de se tornar líder do governo do presidente interino Michel Temer no Senado, no início do ano passado, o tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP) defendeu publicamente não desejar que o peemedebista, então vice, assumisse a Presidência do país. Na época, em 9 de março de 2015, Aloysio se posicionou contra a saída da presidente, agora afastada, Dilma Rousseff — na contramão do seu partido, o PSDB, um dos principais defensores do impeachment — por preferir, em suas palavras, “sangrar” a petista. Questionado pelo GLOBO sobre a mudança de posição, o senador ainda não se manifestou.

— Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido pelo (vice-presidente, do PMDB) Michel Temer. (…) Vejo essa palavra (impeachment) como expressão de rechaço à ordem atual, sem entrar no mérito — afirmou o senador, durante um evento em São Paulo, que também teve a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O tucano também criticou, cinco meses depois, uma manobra de líderes da oposição para facilitar a aprovação da abertura do processo contra Dilma na Câmara. A intenção era dar andamento ao impeachment com maioria simples, o que não foi possível. Para a aprovação na Casa, foram necessários 342 votos dos 511 parlamentares presentes. No caso de Dilma, o impeachment avançou ao Senado com 272 votos dos deputados.

— Não acredito que isso vá à frente. É o tipo de manobra que não se faz num quadro dessa gravidade. É chicana parlamentar — avaliou o tucano, em entrevista à “Folha de S. Paulo”.

Aloysio Nunes, no entanto, mudou o discurso e se tornou um dos principais articuladores do impeachment. Em abril, o tucano chegou a viajar a Washington, nos EUA, sob o temor de Dilma citar que era vítima de um “golpe” em seu discurso na cerimônia de assinatura de um acordo climático, o que não se confirmou. No último dia 12, na votação sobre a admissibilidade do processo contra Dilma no Senado, o tucano votou a favor da abertura do inquérito e, consequentemente, do afastamento da presidente.

Nesta terça-feira, após se reunir com o partido e decidir aceitar o convite de Temer para a liderança, Aloysio disse que sua primeira tarefa será buscar o diálogo para apoiar as medidas econômicas que façam girar a economia, em pauta no Congresso.


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