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Eduardo Braga e Helder Barbalho deixam ministérios

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BRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, entregou o cargo nesta quarta-feira à presidente Dilma Rousseff . Ele não vai assumir imediatamente o cargo de senador, deve sair de licença médica. Na tarde desta quarta, Helder Barbalho (Portos), também do PMDB, deixou o governo. Ao todo, nove ministérios estão sem titulares definitivos. Além dos postos até então ocupados por Braga e Barbalho, Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Aviação Civil, Esporte, Integração Nacional, Cidades e Turismo não têm ministros.

Braga foi um dos peemedebistas que resistiram a deixar o cargo logo após o desembarque do PMDB do governo Dilma. Ele estava licenciado do Senado.

O ministro confirmou ao GLOBO que entregou o cargo e que irá levar ao Palácio do Planalto sua carta de demissão na tarde desta quarta-feira. Segundo Braga, ele permaneceu no governo até o seu limite.

— Acho que está na hora. O ambiente no Senado e no meu partido me demandaram que eu fizesse isso. Fui até onde eu podia ter ido, cumprindo meu compromisso com o país e com o setor. Ajudei a fazer as correções necessárias nesta área — disse Braga.

Braga disse a jornalistas que conversou pela manhã com a presidente Dilma Rousseff e que ambos avaliaram que era hora de ele deixar o ministério. O ministro de Minas e Energia disse que entregaria, portanto, uma carta de demissão ainda hoje, oficializando a saída do cargo.

— Existem muitas coisas em curso ainda, mas eu acho que, agora, eu ajudaria mais o Brasil dando espaço para que um técnico talvez assuma o ministério — disse Braga.

Apesar de antes dizer que o “ambiente no Senado e no partido levaram a sua saída”, ele negou que tenham havido pressões do PMDB para deixar o cargo e disse que foi respeitado pelo partido em suas posições. Ele disse ter problemas de saúde que o deixarão de licença por alguns dias, mas que sua esposa e suplente, Sandra Braga, o representará no Senado nesse período.

— É preciso que tenhamos muita responsabilidade e muita maturidade diante do que nós estamos fazendo. Não há como comparar este procedimento de 2016 com o que aconteceu em 1992 — disse ele, referindo-se aos senadores.

O senador pelo Amazonas disse que sai com a sensação de quem “fez muito” no Ministério de Minas e Energia, ao lembrar alguns desafios por ele enfrentados, como a crise financeira do setor elétrico. Para ele, o ministério está em linha de diálogo e construção de soluções com o setor que deve ser mantida.

— Encerro dizendo: não houve racionamento na minha administração.

HELDER ENTREGA CARTA DE DEMISSÃO

Helder Barbalho se demitiu hoje após se reunir com Dilma no Palácio do Planalto. Filho do senador Jader Barbalho, ele assumiu o compromisso com a presidente de entregar ao menos dois votos do Pará contra o impeachment, das deputadas Elcione Barbalho (sua mãe) e de Simone Morgado. Missão cumprida, no dia seguinte ao impeachment, na última segunda-feira, Helder se reuniu com Dilma apresentando a carta de demissão. Ela pediu que ele ficasse e acertaram uma nova conversa, que ocorreu nesta tarde:

— Eu tenho sentimento de dever cumprido. Saio porque entendo que cumpri de maneira correta aquilo que entendo que deveria fazer sob o aspecto da lealdade de quem teve oportunidade de servir por um ano e quatro meses ao governo. Seria profundamente equivocado de minha parte fazer qualquer gesto que pudesse ser interpretado como oportunismo político — comentou Helder ao deixar o gabinete presidencial.

Antes de passar seis meses como ministro dos Portos, por dez meses Barbalho foi ministro da Pesca.

Na carta de demissão entregue à presidente, ele deixou claro que Dilma tem seu apoio na batalha contra o impeachment, falando em respeito à “Democracia” e “absoluta ausência de crimes de responsabilidade”.

“Aceite a renovação da minha solidariedade. Por entender da absoluta ausência de crimes de responsabilidade, justificadoras de extrema medida parlamentar, a posição política por mim assumida é, acima de tudo, de respeito à “Democracia” e a mim mesmo”, escreveu o ex-ministro.

MINISTRO DO PR CONTINUA NO GOVERNO

Em nota, o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues “reafirmou seu compromisso com o Governo da presidenta Dilma Rousseff”, esclarecendo que só deixará a Pasta por decisão da presidente. Rodrigues faz parte dos quadros do PR, e é suplente de Marta Suplicy (PMDB-SP). O partido do ministro debandou do governo com a demissão do antigo líder Maurício Quintella (AL), que abdicou do cargo para poder votar a favor do impeachment. Dos 40 deputados do PR, 26 votaram pela destituição de Dilma Rousseff, 10 votaram com o governo e três se abstiveram. Ainda houve uma ausência, da deputada Clarissa Garotinho (RJ).


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