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Dilma se prepara para discursar em encontro sobre o clima na ONU

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NOVA YORK – A presidente Dilma Rousseff já está no plenário da sede da Organização das Nações Unidas (ONU), no qual apresentará as medidas tomadas pelo governo brasileiro no acordo climático que será assinado na ocasião. Ela foi recebida em Nova York, na noite de quinta-feira, com flores por um grupo de 50 pessoas, à porta da residência oficial do embaixador Antonio Patriota, em uma manifestação contra o impeachment.

Dilma está sentada ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e à frente do embaixador Antônio Patriota. Deputados da oposição também viajaram aos Estados Unidos.

Além de sustentar a versão do ‘golpe’ no ambiente internacional, a viagem e o discurso de Dilma ao encontro da ONU sobre o clima representam uma tentativa do governo brasileiro de emplacar uma agenda positiva em meio à crise política do país. A presidente decidiu participar da reunião pouco mais de 24h antes de embarcar. Receosa em deixar o Brasil, Dilma confirmou sua ida a Nova York a partir da avaliação de que os veículos de imprensa de fora têm dado mais espaço para a defesa da presidente.

Dilma Rousseff deverá exaltar as propostas dos negociadores brasileiros na COP 21, em dezembro passado, decisivas no acordo fechado por 195 países em Paris, no qual o mundo concordou em caminhar para uma economia de baixo carbono.

O discurso de Dilma será o sexto depois da apresentação inicial do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Depois dele, será a vez do presidente francês François Hollande discursar. Seguem a ordem o secretário-geral da Assembleia da ONU, o presidente do Peru, Alan García; do Congo, Denis Sassou Nguesso; da Bolívia, Evo Morales, e, enfim, a presidente do Brasil.

ACORDO RECORDE

A ONU informou que hoje, dia da Terra, será o recorde de países assinando, em um mesmo dia, um acordo da organização. No total, 165 nações vão chancelar o acordo de Paris sobre mudanças climáticas. O recorde anterior foi registrado em 1982, quando 119 nações assinaram no mesmo dia um acordo sobre o mar. Os demais países, dos 193 que fazem parte da ONU, terão até 17 de abril de 2017 para assinar o documento. O acordo de Paris entrará em vigor quando o documento for ratificado por países que representem até 55% das emissões de gases causadores do efeito estufa. Nove chefes de estado devem discursar no evento da ONU nesta sexta-feira em Nova York, incluindo Dilma Rousseff.

A cerimônia para a assinatura do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas começou com a apresentação musical, um trecho de “Quatro Estações”, de Vivaldi, e de um jovem alertando para os riscos das mudanças climáticas. Depois, em seu dicurso, Ban Ki-Moon, secretário geral da ONU, comemorou o recorde de países assinando um acordo em um mesmo dia. Ele disse que quando assumiu o cargo tinha priorizado a questão do meio ambiente e que está feliz pelo acordo obtido em dezembro em Paris. Ele pediu para que os países convertam os acordos de Paris em ações.

— Acabou a época de consumo sem consequencias. Tempos que reforçar nossos esforços para “descarbonizar” nossas economias. – disse o secretário. – As medidas para o clima não é um carga, mas nos oferece muitos benefícios, pode nos ajudar a reduzir a pobreza e gerar emprego verde — disse.

O presidente da França, François Hollande, afirmou, em seu discurso de abertura da cerimônia da ONU para assinatura do acordo sobre Mudanças Climáticas, lembrou que até o último minuto da conferência do Clima de Paris havia dúvidas da obtenção de um acordo, mas que os países conseguiram superar suas dificuldades e chegaram a um consenso importante. Ele afirmou que a humanidade pode estar orgulhosa do acordo alcançado e citou que o contexto do acordo de Paris era “dramático” dias após os fortes atentados terroristas na capital francesa, sendo um “marco simbólico” para o resto do mundo.

— Os meses antes da assinatura do clima foram os mais quentes da história, foram registradas mais catástrofes em diversos países – disse o presidente francês, citando alguns problemas ambientais ocorridos no mundo nos últimos tempos.


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