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Dilma diz a juristas que não descarta novas eleições se voltar ao Planalto

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BRASÍLIA — Em mais uma reunião “contra o golpe” no Palácio do Alvorada, a presidente afastada Dilma Rousseff disse a juristas não descartar alternativas de eleições se voltar ao Planalto. Depois de decidir não comparecer à comissão especial de impeachment no Senado nesta quarta-feira, quando seria interrogada, Dilma não definiu se irá ao plenário da Casa quando será votado por definitivo seu impeachment, no fim de agosto.

— No campo democrático, temos de estar abertos para qualquer proposta, seja plebiscito, eleições gerais, eleição presidencial — afirmou Dilma, que também já recebeu no Alvorada, sua residência oficial, historiadores “contra o golpe”.

A presidente afastada avaliou que a resistência ao impeachment está ganhando corpo, e ressaltou que o maior objetivo deve ser o debate no Senado, que definirá se destitui Dilma da Presidência. Ela precisa de 27 votos para ser absolvida. A oposição, por sua vez, necessita que 54 senadores votem “sim” ao impeachment.

— Essa briga no Senado tem regras próprias e eu acho que a gente tem de ser capaz de fazer uma interação de vocês (juristas) com o Senado — afirmou Dilma, que já havia recebido juristas antes do afastamento, quando passou a fazer no Planalto eventos quase diários pela sua permanência com artistas, intelectuais, militantes e beneficiários de programas sociais.

Dilma comparou o golpe militar em 1964 a uma derrubada de árvore, que seria a democracia. Desta vez, diz a presidente afastada, a ação foi sutil: obra de “parasitas”. Dilma Rousseff também criticou a “austeridade pela austeridade” do governo interino, e disse que “quer só ver” o que será feito de programas sociais.

Desde antes do afastamento, a petista já havia recebido — indiretamente — apoio de alguns senadores para novas eleições para presidente neste ano, mas nunca bateu o martelo e firmou posição em alguma proposta dessa natureza. Em 28 de abril, três senadores foram ao Palácio do Planalto entregar uma carta pedindo novas eleições presidenciais, por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) ou um projeto da própria Dilma enquanto presidente para que houvesse plebiscito, depois de votado pelo Congresso. Eles não foram recebidos por Dilma, que estava a duas semanas de ser afastada, mas por Jaques Wagner (Gabinete Pessoal).

No começo de abril, em inauguração de aeronave na Base Aérea, Dilma chegou a ironizar a proposta de um novo pleito, dizendo que só levaria a sério o assunto se deputados e senadores também desistissem de seus mandatos.

Nesta quarta-feira, por causa da ausência da presidente afastada na comissão do impeachment no Senado, seu advogado e ex-advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, lerá uma manifestação em nome dela sobre o processo de impedimento.


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