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Dilma cancela pronunciamento que faria nesta sexta-feira na TV

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BRASÍLIA – O Palácio do Planalto adiou o pronunciamento que a presidente Dilma Rousseff faria na noite desta sexta-feira para defender seu mandato. A cúpula do governo ainda não decidiu, no entanto, se a cadeia de rádio e TV será convocada para sábado ou se ela se posicionará apenas em redes sociais, como fez algumas vezes no ano passado como forma de evitar os panelaços.

A decisão foi tomada depois que o partido Solidariedade entrou com uma ação na Justiça Federal para impedir a veiculação da fala de Dilma. O Planalto resolveu adotar a cautela e quer aguardar os desdobramentos dessa ação para então decidir o destino do pronunciamento. A avaliação dentro do governo é que se a Justiça Federal barrasse o pronunciamento, geraria mais um fato negativo para Dilma, tudo o que o governo não quer neste momento.

Dilma se reuniu pela manhã no Palácio da Alvorada com seus ministros mais próximos, entre eles Edinho Silva (Comunicação), para fechar o teor das palavras que dirigiria à nação. Até entao, o entendimento era de que valia a pena enfrentar o desgaste dos panelaços para fazer um último apelo para os deputados.

A linha do discurso de Dilma prevista, pela TV ou redes sociais, é o da luta, do combate, da defesa intransigente do seu mandato e da democracia; da legitimidade do voto e da ilegitimidade dos conspiradores. A presidente pretendia conclamar suas bases a permanecerem mobilizadas no combate aos que chama de golpistas. A ideia era incitar a não dar tréguas aos seus adversários, notadamente o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sem citá-los nominalmente.

No texto, havia o apelo para que os deputados façam uma reflexão sobre a responsabilidade que terão nas mãos e o que o impeachment vai representar para a História para tentar influenciar aqueles que ainda estão indecisos.

No pronunciamento, estava também previsto o agradecimento aos 27 deputados que votaram contra o impeachment na comissão especial que analisou o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).

Dilma não aparece na cadeia de TV e rádio desde fevereiro. Mês passado, diferentemente do que aconteceu nos outros anos, a presidente não fez um pronunciamento no Dia da Mulher. Como em 2015 a fala foi o alvo do primeiro panelaço contra o seu mandato, neste ano, a presidente preferiu utilizar as redes sociais para parabenizar as mulheres, além de uma rápida fala na assinatura da portaria interministerial no palácio do Planalto.

Programa do PT exibido no final de fevereiro provocou o bater de panelas em pelo menos 14 capitais do país. Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife (PE), Vitória (ES), Salvador (BA), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB) e Goiânia (GO) foram alguns deles.


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