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Deputados do PT e PC do B lançam movimento ‘Temer, o ilegítimo’

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BRASÍLIA – Com cartazes e um enorme banner onde se lia “Temer jamais será presidente. Sempre golpista”, um grupo de parlamentares e assessores do PT e do PC do B fez na tarde desta quarta-feira um ato contra o impeachment no Salão Verde da Câmara. Deputados e senadores das legendas se revesaram em discursos críticos, repetindo o bordão “Temer, o ilegítimo”, que dá nome ao movimento. A ideia é resistir ao governo Temer no Congresso, obstruindo votações de propostas, e mobilizar a sociedade nos 180 dias de debate sobre o mérito do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.

— Sabemos muito bem fazer oposição e defender os interesse do Brasil. Temer, o ilegítimo, assumirá o governo por ato de força. A maioria nem sempre tem razão, isso é golpe. Ele não tem legitimidade, não reconheceremos os documentos assinados por ele — disse a deputado Maria do Rosário (PT-RS)

O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), também chamou o governo de Temer de ilegítimo e disse que a ideia do movimento é ampliar o debate do “impedimento fraudulento” com a sociedade. No Congresso, o PT irá analisar, caso a caso, as matérias em votação e votará contra, avisou Florence, a reforma Previdenciária que Temer está pregando.

— Já éramos contra a idade mínima no governo de coalizão. Votaremos contra. Ganhamos fama de ser contra o Levy ( Joaquim Levy, ministro da Fazenda), mas somos a favor da taxação das grandes fortunas, da correção da tabela do IR. Vamos manter obstrução política contra esse governo ilegítimo, mas sempre estaremos ao lado do povo — disse Florence.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) reforçou que a obstrução nas votações será feita caso a caso e, indagado se iria apoiar a postura do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de se manter no cargo e na interinidade, Fontana respondeu:

— A solução para ter um novo presidente é acelerar a cassação de Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Casa. isso irá gerar a vacância da vaga da Presidência da Câmara. PSDB e DEM ficaram em absoluto silêncio quando Cunha presidia e, de repente, têm surto para retirar maranhão da Presidência? Interessante ver a contradição dos discursos.

A deputado Luciana Santos (PC do B-PE) disse que o movimento quer manter a sociedade mobilizada:

— Vamos continuar denunciando e mostrando o caráter golpista desse movimento. Temos agenda começando amanhã, nas ruas.

Além de deputados, as senadores Regina (PI) e Benedita da Silva (RJ) também estavam presentes ao ato.

— Não estamos sozinhos. Nos 180 dias do debate de mérito ficaremos nas ruas, nas praças — avisou Benedita.

Além de jornalistas que cobrem a Câmara, assessores e a mídia de parlamentares do PT acompanharam o ato, fazendo transmissões ao vivo das falas de cada parlamentar.

— O golpe não termina com a saída da presidenta Dilma. Temos que fazer um grande combate ao movimento que tenta acabar com as conquistas da classe trabalhadora — acrescentou o deputado Adelmo Carneiro (PT-MG).


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