Delcídio:‘Se isso não é irregularidade gravíssima, o que seria?’, questiona relator
BRASÍLIA – O senador Telmário Mota (PDT-RR), relator do processo de cassação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), classificou como “irregularidade gravíssima” as tentativas de Delcídio de obstruir o trabalho da Justiça. O relatório de Telmário concluiu pela cassação do mandato do acusado. A sessão de análise do processo em plenário teve início às 18h28 desta terça-feira.
— Se isso não é irregularidade gravíssima, o que seria? O julgamento da quebra de decoro é feito por parlamentares que representam segmentos da sociedade brasileira. Eles estão votando pelos interesses de seus eleitores. E o Estado Democrático de Direito deve ser exercido sem qualquer cerceamento — afirmou Mota no começo da sessão que julga o mandato de Delcídio.
O relator afirmou que foi assegurado ao ex-líder do governo no Senado o direito de defesa.
— Tendo em vista a confissão do próprio Delcídio, não houve dúvidas de que o representado participou de reunião para propor medidas de obstrução de Justiça. Os fatos da Lava-Jato configuram claramente quebra de decoro parlamentar, puníveis com cassação de mandato — disse Mota.
O relator do processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), falou por poucos minutos sobre o processo.
— Não observamos qualquer violação aos trâmites na CCJ — disse Ferraço.
A defesa de Delcídio disse que ele não comparecerá à votação.