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Delcídio diz que não confirma reportagem nem reconhece documentos

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BRASÍLIA – A defesa do senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, divulgou uma nota nesta quinta-feira em que diz não confirmar o conteúdo da reportagem da “IstoÉ” nem reconhecer os documentos publicados pela revista.

Segundo a reportagem da “IstoÉ”, Delcídio afirmou em depoimento durante negociação de delação premiada que a presidente Dilma Rousseff pediu a ele que interferisse nas investigações da Lava-Jato ao solicitar que convencesse o desembargador Marcelo Navarro, hoje ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a votar pelo relaxamento da prisão dos presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo.

“À partida, nem o senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria”, diz um trecho da nota, que não menciona o termo delação. Em outro ponto, o senador afirma: “Não conhecemos a origem, tampouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto (da reportagem)”.

No último dia 19 de fevereiro, O GLOBO revelou que o petista celebrou um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) antes de ser solto. Delcídio vai responder às acusações contra ele na Operação Lava-Jato em prisão domiciliar e foi autorizado a trabalhar no Senado, mas com a obrigação de se recolher em casa à noite e em dias de folga.

SENADOR NÃO PODE FALAR SOBRE DELAÇÃO

Em São Paulo desde o início desta semana, o senador recebeu com irritação na manhã desta quinta-feira a notícia sobre o vazamento da negociação da delação premiada. Ele conversou com os advogados, que também reagiram com indignação, segundo pessoas próximas ao senador ouvidas pelo GLOBO.

O parlamentar e seus defensores estão preocupados que a divulgação de trechos da delação possa colocar em risco a homologação do acordo com a Operação Lava-Jato. Um dos termos exigidos pelo Ministério Público para aceitar a delação é o sigilo do acordo.

Diante disso, a nota enviada na tarde desta quinta-feira à imprensa foi resumida por pessoas do círculo do senador como uma estratégia da defesa de “redução de dano”. Propositalmente, ela não confirma nem nega a existência de uma delação.

— Ele não pode falar nada sobre a delação, nem mesmo se ela existe, sob o risco de perder a chance de ela ser homologada — disse um aliado do senador.

Há rumores de que Delcídio esteja hospedado em um hotel em São Paulo acompanhado da mulher, Maika. O senador também tem um irmão, Ramon Gomez, que mora na capital paulista.

Leia, abaixo, a íntegra da nota:

“Em respeito ao povo brasileiro e ao interesse público, o senador Delcídio Amaral e a sua defesa vêm se manifestar sobre a matéria publicada na revista Istoé na data de hoje. À partida, nem o senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco. Não conhecemos a origem, tampouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto. Esclarecemos que em momento algum, nem antes, nem depois da matéria, fomos contatados pela referida jornalista para nos manifestar sobre a fidedignidade dos fatos relatados. Por fim, o senador Delcídio Amaral reitera o seu respeito e o seu comprometimento com o Senado da República”.


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