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Delcídio diz que Eduardo Cunha e André Esteves tinham relação ‘densa’

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RIO — O senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou, em delação premiada homologada nesta terça-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que o banqueiro André Esteves tinha uma relação “densa” com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a quem influenciava para promover alterações em medidas provisórias do interesse do banco BTG, de Esteves. Para a Procuradoria-Geral da República, Cunha “funcionava como menino de recados” do banqueiro.

De acordo com o senador, uma emenda apresentada por Cunha à Medida Provisória 668 permitiria que as dívidas com o governo fossem pagas com papéis de baixa liquidez. A proposta, que teria sido feita a pedido de Esteves, foi vetada pela presidente Dilma Rousseff. Segundo Delcídio, Esteves “incorria com frequência na prática de exercer influência para a alteração, por via de emendas parlamentares, de medidas provisórias”. Outro interlocutor do banqueiro citado por Delcídio é o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Delcídio afirmou ainda que o BTG é um dos maiores mantenedores do Instituto Lula.

O senador diz ainda que Esteves aceitou participar dos pagamentos à família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, para evitar que ele colaborasse com as investigações — motivo pelo qual Delcídio e o banqueiro foram presos, em novembro do ano passado — para evitar que uma operação de embandeiramento de postos viesse à tona. Segundo o senador, Esteves e o empresário Carlos Santiago eram sócios em uma rede de postos de gasolina que passou a funcionar com a bandeira BR. De acordo com o depoimento, houve pagamento de propina a políticos e diretores da BR Distribuidora para que a negociação se concretizasse.

Em dezembro, O GLOBO revelou que o BTG orientou Cunha a alterar trechos da Medida Provisória 627, que regulou a tributação de empresas no exterior.


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