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Cunha vai ao Conselho de Ética na quinta fazer pessoalmente sua defesa

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BRASÍLIA – Afastado da Presidência e do mandato por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu comparecer ao Conselho de Ética nesta quinta-feira e fazer, pessoalmente, sua defesa no processo por quebra de decoro parlamentar. Segundo interlocutores de Cunha, o advogado Marcelo Nobre também irá estar presente e deverá falar na reunião.

A ida de Cunha estava sendo aguardada pelos integrantes do Conselho de Ética, mas ele ainda não havia confirmado. O relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO) estabeleceu o dia 19 como último dia antes do encerramento da chamada instrução probatória do processo. Na semana passada, Rogério avisou que incluirá no parecer de mérito a acusação de que Cunha recebeu propina do esquema da Petrobras, ou seja, a acusação de recebimento de vantagem indevida.

Segundo Marcos Rogério, na votação do parecer preliminar ele afastou temporariamente essa questão, mas avisou que se surgissem provas durante a instrução do mérito, poderia retomá-la. Rogério dará prazo de cinco dias corridos para que a defesa de Cunha se manifeste.

— No curso da instrução, esse assunto esteve o tempo todo presidente. E a decisão do STF que afastou Cunha do mandato levou em conta o conjunto de acusações contra ele e o peso delas. Como eu não posso considerar? O que não posso fazer é adotar essa medida sem permitir que a defesa se manifeste, isso vou fazer — disse o relator na semana passada.

Na votação do parecer preliminar o relator acabou retirando do texto a acusação de vantagem indevida para garantir o voto do deputado Paulo Azi (DEM-BA). Mas avisou que era um afastamento temporário e que nada impediria de voltar a incluí-la no relatório de mérito. Os aliados de Cunha avisam que se isso for mesmo feito, será possível recorrer do relatório, pois não teria havia autorização para isso.

Marcos Rogério disso que tanto no compartilhamento de provas do processo de Cunha no Supremo, feito pela Corte com o conselho, como no depoimento do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano ao conselho. Ao depor no conselho, Baiano confirmou o repasse de propina em espécie a Eduardo Cunha entre 2011 e 2012. Disse que ele entregou pessoalmente R$ 4 milhões.

Em despacho no dia 19 de abril, o vice-presidente Waldir Maranhão, disse que o Conselho teria que manter o foco apenas na suspeita de que Cunha teria contas no exterior e teria mentido sobre a existência delas na CPI da Petrobras. Pelo despacho, o conselho não poderia investigar o suposto recebimento de vantagem indevida por Cunha. Mas o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), disse que o órgão seguiria investigando sem limitações.


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