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Cunha rejeita pedido de Cardozo para falar no plenário no domingo

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BRASÍLIA — O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rejeitou, nesta sexta-feira, o pedido do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, de fazer a defesa da presidente Dilma Rousseff no domingo, quando ocorrerá a votação no plenário da Casa para definir ou não a abertura do processo de impeachment. No requerimento encaminhado por Cardozo a Cunha, o ministro pede para falar “em momento imediatamente anterior à votação no Plenário da Câmara dos Deputados”. Os parlamentares começaram, nesta sexta, a discutir o processo de impeachment no plenário da Câmara. A votação está marcada para o domingo.

— Estou seguindo o rito que foi determinado pelo STF do presidente Collor. Não há, depois que o relator fala, a (possibilidade de a) defesa falar. Na comissão, foi permitido que ocorresse. Foi uma liberalidade. O que a defesa falou na comissão especial foi tempo superior aos que acusaram multiplicado por dois. Aqui (no plenário) é diferente. Não há previsão — disse Cunha.

Cunha argumentou que não há previsão legal para que isso ocorra e que está seguindo o mesmo rito da votação do processo de impeachment contra Fernando Collor de Mello, em 1992, para evitar contestações.

“TEMOS A RAZÃO DEMOCRÁTICA DO NOSSO LADO”

Mais cedo, Cardozo fez a defesa da presidente diante dos deputados na primeira sessão do plenário que debate o processo de impeachment. Em discurso forte, durante 25 minutos, o ministro afirmou que o afastamento de Dilma provocaria uma “ruptura institucional”. Repetiu a tese de que o impedimento seria um “golpe” e pediu aos parlamentares que votem contra no domingo. Ele atacou o presidente da Câmara, ao afirmar que a instauração do procedimento foi uma retaliação de Cunha porque o PT não o apoiou no Conselho de Ética. Destacou também que Dilma não é investigada na Lava-Jato.

— É um round de uma batalha dura, mas temos a razão democrática do nosso lado. Isso é muito importante — disse Cardozo, depois de falar ao plenário.

O discurso de Cardozo aconteceu depois do pronunciamento do jurista Miguel Reale Jr., um dos autores do pedido de impeachment. Reale Jr. rebateu as acusações do governo de que o processo é um golpe. Ele afirmou que o crime de Dilma é mais grave do que o de um presidente que tenha roubado para si próprio recursos públicos.

PMDB TEM MAIORIA FAVORÁVEL AO IMPEACHMENT

Depois dos discursos de Reale Jr. e Cardozo, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), foi o primeiro a falar em nome dos partidos. Apesar de contrário ao impeachment, ele destacou que a maioria da bancada é favorável ao processo. Além de Picciani, falaram pelo PMDB quatro deputados favoráveis ao impeachment: Lelo Coimbra (ES), Osmar Serraglio (PR), Soraya Santos (RJ) e Manoel Júnior (PB). Todos fizeram ataques a Dilma, destacando casos de corrupção no governo e a crise econômica do país.

Cada sigla terá uma hora para apresentar seu posicionamento.


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