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Bumlai desiste de ouvir Lula como testemunha em processo

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SÃO PAULO. Réu na Lava-Jato e preso desde o ano passado em Curitiba, José Carlos Bumlai desistiu de arrolar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como testemunha de defesa em processo em que responde por corrupção e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente deveria prestar depoimento ao juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Sérgio Moro, na próxima segunda-feira. Ele não precisaria viajar a Curitiba para prestar depoimento, já que ele seria realizado a partir de São Paulo, por meio de videoconferência.

Nesta sexta-feira, a defesa do pecuarista anexou ao processo uma declaração de duas páginas assinada por Lula nesta quinta-feira, como substituição para o depoimento do ex-presidente.

No documento, Lula afirma conhecer Bumlai desde 2002, ano em que Lula disputou e venceu as eleições à Presidência.

“Posso assegurar com toda certeza que, durante todo esse período de convivência, nas inúmeras vezes em que estivemos juntos, jamais tratamos de assuntos políticos, muito menos de eventuais interesses do sr. Bumlai junto ao governo, órgãos estatais ou empresas públicas”, escreveu Lula na declaração levada à Justiça.

O ex-presidente também afirmou não ter tido conhecimento de “eventual interesse” de Bumlai em negócios relativos a sondas de prospecção de petróleo, nem ter manifestado a “quer quer que fosse que esse assunto pudesse causar-lhe problemas”. Disse também nunca ter pedido “ajuda” para que Bumlai fosse protegido.

“Considero José Carlos da Costa Marques Bumlai um homem de bem, honesto e pai de família exemplar, tendo-o na mais alta conta”, escreveu o ex-presidente.

PROPINA NA PETROBRAS

Bumlai foi denunciado no fim do ano passado sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta, por suspeita de participação em esquema de corrupção na Petrobras que teria beneficiado o PT. Ele contraiu em 2004 um financiamento de R$ 12 milhões com o banco Schahin, cujos valores foram transferidos para pessoas ligadas ao PT.

O Ministério Público sustenta que a quitação desta dívida foi vinculada à assinatura de um contrato em 2009 pela Schahin Engenharia com a Petrobras, para operação do navio-sonda Vitoria 10.000. O empréstimo teria sido revertido em propina para o partido.

Também foram denunciados parentes do pecuaristas, como seu filho Maurício de Barros Bumlai, a nora Cristiane Dodero Bumlai, três executivos do Grupo Schahin, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o lobista Fernando Soares e os ex-funcionários da Jorge Zelada, Nestor Cerveró e Eduardo Musa.


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