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Armando Monteiro afirma que há divisões no PTB e vê piora da economia

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WASHINGTON – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, afirmou nesta quinta-feira, em Washington, que o PTB historicamente tem divisões sobre a manutenção do apoio ao governo Dilma Rousseff. Enquanto a executiva nacional do partido tende a sair da coalizão, as bancadas do Senado e da Câmara são majoritariamente governistas. Nos Estados Unidos para participar de reuniões bilaterais, o ministro afirmou que sempre esteve mais próximo do posicionamento da bancada, apesar de dar suporte para a Executiva. Questionado se tentaria continuar no governo caso o PTB deixasse a base de apoio, Monteiro evitou responder:

– Eu não quero falar de hipóteses de questões que ainda não estão postas – disse ele, que reforçou seu apoio a Dilma: – Quero manifestar minha confiança de que apesar das dificuldades, esse processo será definido. E será definido na minha avaliação, preservando o mandato da presidente Dilma, um mandato legítimo. E mais ainda de que não há atendimento de requisitos minimamente compatíveis com a Constituição que justifiquem o impedimento da presidente.

Apesar disso, Monteiro fez uma análise sombria: a economia do país deve piorar antes de melhorar.

– O que eu coloco é que estamos diante de cenário em que mais e mais percebemos os efeitos da própria crise. Nós falamos aqui do processo da queda de arrecadação de 12%, 12,5% – afirmou o ministro, que diz que a solução econômica em prol das reformas virá desta piora de cenário.

– Mas o agravamento do quadro fiscal e econômico vai exigir que setores responsáveis da sociedade brasileira encontrem um ponto de entendimento.

Ele afirmou que mostrou a grandes empresários dos EUA os avanços que estão sendo feitos na busca do reequilíbrio econômico. Monteiro contou que esteve com 40 grandes empresários americanos na quarta-feira, de empresas americanas como GE, Amazon, Microsoft, Caterpillar, GE e P&G. Ele afirmou que as empresas continuam com o interesse no Brasil e que estão há mais de 80 anos no país:

– Não tem como elas se desinteressarem do Brasil.

Questionado sobre como vê o posicionamento de entidades industriais, como a Fiesp, pedindo o impeachment ou a renúncia de Dilma, Monteiro, que até 2014 era presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que há radicalismo de algumas entidades empresariais. Indiretamente, criticou a Fiesp, que na quarta-feira ampliou sua campanha pelo impeachment da presidente com anúncios nos principais meios de comunicação do país:

– Há aspectos estruturais na crise que o empresário não percebe. Ele percebe o seguinte: eu tinha uma desoneração e eu a perdi. Minhas vendas estão caindo. O dinheiro ficou mais caro, a taxa de juros subiu. Então é claro que este desconforto existe, não pode ser negado, e algumas entidades assumem uma posição muito mais vocal, de assumir uma linha oposicionista, e em uma hora como esta caldo vai se ampliando. Mas há entidades e entidades colocadas nesta discussão. Há outras entidades que assumem uma opção que eu diria mais eqwuilibrada que dizem: “olha, o que nós queremos é que as condições de governabilidade sejam restauradas, pois a economia precisa de governo e o pior cenário é você ter um bquadro de dificuldade aguda de governabilidade. Mas há outras que foram além disso e defenderam o impeachment – disse o ministro.


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