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Após debandada de aliados, governo admite que não tem votos para barrar o impeachment

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BRASÍLIA — A quatro dias da votação final do impeachment na Câmara, a presidente Dilma Rousseff resolveu fazer uma pressão, pessoalmente, sobre parlamentares que ainda apoiam o governo a fim de assegurar os votos que o governo acredita que pode contar. Pela primeira vez, o Palácio do Planalto passou a admitir, nesta quarta-feira, em sua contabilidade, que não tem o número necessário para barrar o impeachment. Embora a versão oficial seja de que o governo conta com cerca de 200 votos, reservadamente auxiliares da presidente que participam da articulação política junto ao Congresso podem contabilizar com segurança apenas 160 votos, ou seja, 12 a menos do que o necessário para impedir o impeachment no plenário da Câmara.

Também nesta quarta-feira, líderes da oposição contabilizaram 349 votos, sete além do que exige o regimento para aprovação da admissibilidade do impeachment.

Ciente da dificuldade que enfrenta entre os parlamentares, Dilma resolveu receber líderes da base que estiveram com o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), nesta tarde, no Palácio do Planalto, e marcou para quinta-feira um café da manhã em sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, com os 27 deputados que votaram contra o impeachment na comissão especial que votou na segunda-feira o relatório de Jovair Arantes e outros líderes aliados.

A ofensiva pessoal ocorre depois que aliados como PP, PR, PSD indicaram que a minoria de suas bancadas votará contra o impeachment. O PP, aliás, deixou formalmente a base e o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, apresentou carta de renúncia nesta quarta.

Dilma corre contra o tempo, já que o número de aliados dispostos a votar contra o impeachment tem reduzido desde o começo da semana. A votação está marcada para domingo.


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