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Antes de votação, senadores arriscam placar do impeachment

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BRASÍLIA – O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, acredita que, na votação desta quarta-feira, já haverá 54 votos pelo afastamento dela. O Senado decide hoje se dá continuidade ao processo, afastando Dilma temporariamente do cargo, por até 180 dias. Para isso é necessário maioria simples. Isso significa que, se 81 senadores estiverem presentes, bastam 41 votos. O afastamento definitivo de Dilma será decidido num momento posterior, quando serão necessários os 54 votos, o equivalente a dois terços do Senado.

– Eu acredito que sim – disse Ferraço ao responder se ainda hoje a marca de 54 votos será alcançada.

Embora não sejam necessários 54 votos agora, o número é uma sinalização sobre a votação do afastamento definitivo. Levantamento feito pelo GLOBO mostra que há hoje 50 votos pela continuidade do processo do impeachment e 21 contrários. Outros dez senadores não opinaram. A sessão estava marcada para as 9h, mas ainda não começou.

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS), também favorável ao impeachment, não arrisca um número.

– O número vai ser próximo de 50. Se vai ser acima ou um pouco menos, eu não gostaria de arriscar. Mas acho que dificilmente vamos ter um número que não seja próximo de 50, ou para menos, ou para mais – disse Moka.

O senador Paulo Paim (PT-RS), contrário ao impeachment, voltou a defender novas eleições para superar a atual crise política do país.

– No momento como esse, de muita pressão e uma política de ódio, entendo que o bom senso e a sociedade desejam uma nova eleição. Só para presidente e para um mandato de dois anos. E sem direito à reeleição – disse Paim, que também defendeu a presidente Dilma:

– Quem lida com a presidente sabe que se trata de uma mulher honesta. Mas o que ouço dos colegas é que vão votar por questão política, pressão dos eleitores.

Ferraço, por sua vez, disse que não é a honestidade de Dilma que está em questão.

– Você não julga a honestidade pessoal da presidente, você julga os crimes de responsabilidade que ela cometeu contra o país. Não se iluda. No núcleo, na origem dessa crise econômica, com graves consequências sociais está a desorganização fiscal – argumentou Ferraço.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) criticou como está se dando o processo de impeachment e chamou Michel Temer de presidente biônico.

– Achei que a fase dos golpes já havia acabado, morto com o fim da ditaura militar. Mas não. Estamos sob o risco de vir aí um presidente biônico (Michel Temer) que não obteve voto algum – disse Vanessa Grazziotin.

O senador Blairo Maggi (PR-MT) já fala do futuro do governo e confirmou que foi consultado para ocupar o Ministério da Agricultura.

– Há sim o convite, mas no momento temos que esperar a votação e o desfecho dessa história. O Brasil precisa reagir ao atual quadro – disse Maggi.

Ronaldo Caiado (DEM-GO) está otimista e estima que a abertura do processo contra Dilma será aprovado com 56 votos.


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