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Análise: De olho nos cargos da próxima esquina

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O afastamento do PMDB do governo Dilma Rousseff deteriora ainda mais a base parlamentar fragmentada do Planalto. Isso ocorre num momento em que há um amplo movimento pelo impeachment da presidente da República. E quando a sociedade, sobretudo os agentes econômicos, cobram mudanças no governo na expectativa de criar um novo clima entre os investidores internos e externos.

A base parlamentar governista já estava esfacelada antes da crise com o PMDB. Não há unidade sobre o que fazer. Não há unidade sobre onde e o que cortar. Não há unidade sobre como ampliar a arrecadação. A receita da equipe econômica: o retorno temporário da CPMF, não tem maioria para ser aprovado pelo Congresso. Esse quadro complexo, agravado com a decisão do PMDB, deixa o governo ainda mais amarrado e sem iniciativas.

O Diretório Nacional do PMDB abriu as portas para que outros aliados também caminhem para o rompimento com o Planalto. O PP, o PR, o PSD, que juntos somam uma bancada de 120 deputados, foram liberados. Isso significa que cada um de seus deputados votará em função de seus interesses pessoais e conforme a expectativa de poder que tiverem em cada um dos governos, o da presidente Dilma ou o do vice-presidente Michel Temer.

Nesse embate, o Planalto tem muito a oferecer para quem ficar ao seu lado. Há muitos cargos para distribuir. Mas Temer não fica atrás. Ele tem muitos cargos para prometer, caso chegue a Presidência. O PMDB está entregando parte de seus ministérios, mas poderá tê-los de volta na próxima esquina. Essa batalha por cargos não foi inventada agora. Foi assim que os governos Fernando Henrique e Lula se mantiveram oito anos no poder.

Por isso, os peemedebistas estão cautelosos. Dizem que o afastamento do governo não significa automaticamente a aprovação da admissibilidade do impeachment na Câmara. Para eles, não dá para colocar as mãos na taça antes do final da partida. A oposição, especialmente o PSDB, comemora como se o jogo já estivesse acabado.


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