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Alunos que ocupam Alesp comemoram o afastamento de Cunha

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SÃO PAULO — Estudantes que ocupam o Centro Paula Souza (CPS), no centro de São Paulo, fizeram um ato nesta manhã e, em jogral, disseram que vão permanecer na escola. Havia uma reintegração de posse marcada pelo juiz Luis Manuel Fonseca Pires, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), para às 10h desta quinta-feira, mas ela não aconteceu ainda. Não há policiamento no local e o clima é bastante tranquilo, apesar de pais alegarem temer o uso da violência. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) não justificou porque a reintegração ainda não aconteceu. Segundo a entidade, havia duas opções: a reintegração poderia acontecer às 10h ou às 14h. Já os estudantes que ocupam a Assembleia Legislativa de São Paulo também prometeram ficar até que uma CPI da Máfia da Merenda seja instalada. Quando souberam do afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, comemoraram.

No CPS, a Justiça determinou que não sejam usadas armas letais e não letais, como bombas e cassetetes. Pela determinação da Justiça, o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, terá que estar presente durante a reintegração. Caso ele não pudesse às 10h, a reintegração seria automaticamente transferida para às 14h, lembrou a assessoria de imprensa da secretaria. Caso o secretário não compareça, o ato será suspenso. A SSP não deu justificativas sobre o não cumprimento da reintegração. Os alunos acham que pode estar relacionado com o fato de as autoridades estarem proibidas de usar armas.

— Tivemos uma audiência ontem e, como não foram apresentadas medidas para a nossas reivindicações, decidimos resistir — disseram os alunos, em jogral.

Para eles, o movimento só tende a crescer. Até a quinta-feira, 14 unidades escolares estavam ocupadas por estudantes.

Além da proibição do uso de armas pela Polícia Militar e a presença do secretário Alexandre de Moraes, será necessária ainda a presença de um oficial de justiça, de um representante do Conselho Tutelar e de uma cópia da decisão.

O corretor de imóveis Luiz Braga está desde cedo em frente ao Centro Paula Souza. O filho dele, de 17 anos, estudante de uma Etec, participa da ocupação no local e ele, embora apoie o movimento, teme violência policial durante a reintegração de posse.

— Apoio a luta por educação. Quando chega num protesto como esse é sinal de que a educação falhou. Temo a violência sim. Não podemos exigir da polícia que sente e dialogue com eles porque essa nem é a função dela.

Braga diz que a unidade em que o filho estuda sofre com falta de infraestrutura e merenda. Ele conta que o lanche passou a ser servido apenas a partir desta segunda-feira, após as ocupações.

— Antes dos protestos, não tinha. Agora passou a ter merenda seca, pouco nutritiva. Os meninos não estão pedindo filé mignon, mas arroz e feijão. É pedir demais? — questiona.

A decisão judicial ocorreu após uma reunião entre representantes dos estudantes e do governo estadual, que não chegaram a um acordo. Na segunda-feira, a Polícia Militar invadiu o prédio após uma decisão da 14ª Vara da Fazenda Pública da capital, mas, como o mandado não havia sido expedido pelo Tribunal de Justiça, uma decisão do tribunal suspendeu a ação policial e pediu esclarecimentos do secretário de Segurança Pública para a invasão.

ALESP

Além das escolas técnicas, há a ocupação de alunos na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Os alunos permanecem no plenário e comemoraram quando souberam do afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Eles prometem não sair até a instalação de uma CPI sobre a “Máfia da Merenda”. Os alunos ganharam a solidariedade de outros, que estão agora estão acampados do lado de fora da Alesp. Depois de proibir a entrada de alimentos, o presidente da Alesp Fernando Capez (PSDB), citado no escândalo da máfia da merenda, voltou atrás da decisão; agora, estão sendo fornecidos lanches aos estudantes.


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