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Aloysio Nunes diz que tentativa concreta para barrar Lava-Jato foi Dilma e Lula

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BRASÍLIA – Com o plenário dominado durante toda a tarde desta segunda-feira pelos discursos dos senadores do PT , PCdoB e PDT, que repetiam a exaustão da tribuna diálogos comprometedores do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com lideranças do PMDB, envolvendo também lideranças do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) reagiu com um discurso dizendo que coube a parlamentares do PT, a presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula ações concretas para obstruir a Operação Lava-jato.

Com exceção de Aloysio Nunes e da senadora Simone Tebet (PMDB-MS) , os líderes de partidos que integram o governo Michel Temer não apareceram para se pronunciar sobre a delicada situação do ministro da Transparência, Fabiano Silveira, pego num grampo feito por Sérgio Machado orientando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) em sua defesa junto à Lava-Jato. O governo interino continua sem líderes do Senado e do Congresso.

O tucano disse que nem o Papa Francisco seria capaz de barrar a Lava-jato, mas citou que a tentativa mais concreta de barrar a investigação do ex-presidente Lula, partiu de Dilma, com a “atitude farsesca” de nomeá-lo como ministro da Casa Civil para dar-lhe foro privilegiado. Nunes Ferreira lembrou também gravações do ex-presidente Lula pedindo a amigos que procurassem ministros do Supremo Tribunal Federal para intervir em decisões sobre investigações.

— Se é para dar crédito a gravações, vamos lembrar a do ex-senador Delcídio do Amaral, contando que Dilma lhe pediu para procurar um juiz para articular a soltura de um empresário preso. E a gravação do Mercadante? Querem agora aprovar um projeto de lei para impedir as delações de presos, apresentado por um dos deputados mais ilustres do PT, o deputado Wadih Damhous — reagiu Aloysio Nunes.

O tucano disse que não para de pé “essa estória da carochinha” de que alguém vai conseguir barrar a Lava-jato, pois para isso dar certo, seria preciso acertar com o Ministério Público, Polícia Federal, STF e o juiz Sérgio Moro.

— Quem teve atitudes concretas para segurar atos processuais foi de gente que está do outro lado. Quem não se lembra daquela atitude farsesca de nomear Lula para a Casa Civil, e o grampo de Dilma com Lula, a estória do Bessias (servidor que levou o termo de posse de Lula) ? — completou.

Em sua fala, o tucano disse que os aliados continuam fazendo discursos, mas todos sabem que Dilma não tem condições de voltar, “pela sua inépcia, distanciamento da realidade e o ambiente de radicalismo do qual ela se aproximou”. Disse que a presidente afastada e ex-ministros criaram no seu entorno um mundo irreal, e ela pensa que continua governando.

— Criaram ao redor de Dilma uma fantasmagoria — criticou Aloysio Nunes Ferreira, comparando sua postura distante da realidade a do ditador português Antônio Salazar, que caiu, bateu a cabeça numa pedra , sofrendo um dano cerebral gravíssimo levando a seu afastamento, mas achava que continuava governando.

Após o pronunciamento, o senador deu uma rápida entrevista. Repetiu que ninguém teria condições de parar Lava-Jato, mas recusou-se a comentar a situação do ministro Fabiano Silveira.

— Não fui eu que nomeei — limitou-se a dizer, ressaltando ser necessário conhecer a íntegra da gravação.

Questionado sobre um possível afastamento de Renan Calheiros e do ministro Fabiano Silveira, Aloysio Nunes disse que não vai mais responder sobre as gravações de Sérgio Machado enquanto não forem liberadas as íntegras das conversas, já requeridas pelo PSDB a Procuradoria Geral da República, mas que foram negadas sob o argumento de sigilo.

— O Jornal Nacional todo dia divulga trechos das conversas, mas Sérgio Machado diz que não pode comentar porque estão em segredo de Justiça. Eu quero o teor completo das gravações. Pílulas do senhor Sérgio Machado não fazem minha cabeça não — disse Aloysio Nunes Ferreira.

PRISÃO DE EX-DIRIGENTE EM MG

Sobre a prisão do ex-deputado e ex-presidente do PSDB mineiro, Nárcio Rodrigues, que foi secretário de gestão no governo do ex-governador Antônio Anastasia, o relator da comissão do impeachment divulgou nota defendendo rigorosa apuração dos fatos que levaram a prisão hoje pela Polícia Federal em Minas Gerais.

“O senador Antonio Anastasia não tem conhecimento dos fatos que levaram à operação do Ministério Público do Estado de Minas Gerais na manhã desta segunda-feira. Ele defende que quaisquer denúncias devam ser rigorosamente apuradas pelos órgãos competentes e julgadas na forma da Lei”, diz a nota divulgada pela assessoria de Anastasia.

O senador Aloysio Nunes também defendeu investigação rigorosa e disse ter ficado surpreso com a prisão.

— Defendo que tem que apurar. Pau que dá em Chico dá em Francisco. Puxa, foi preso porquê? Eu sempre tive a melhor impressão dele, estou surpreso — comentou Aloysio Nunes Ferreira.


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