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Alckmin e Doria pregam unidade a PSDB rachado após prévia em SP

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SÃO PAULO – Com um segundo turno esvaziado da prévia do PSDB, o empresário João Dória foi proclamado o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo. O número de militantes que votou representou pouco mais de 10% do total de filiados da legenda (27 mil) e metade dos que compareceram no primeiro turno. Dos 3.266 votos, Dória recebeu 3.152.

Diante de um partido rachado a poucos meses da eleição municipal, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o pré-candidato tucano a prefeito da capital, o empresário João Doria, tentaram na manhã deste domingo minimizar as sequelas deixadas pelo processo de escolha interno e disseram que o PSDB estará unido em torno da campanha de Doria. Os dois repetiram hoje o ritual do primeiro turno da prévia do partido e apareceram juntos a um dos locais de votação.

— Divergências são naturais e todo partido grande tem. Mas é natural também que haja unidade. Vamos trabalhar — afirmou Alckmin.

Na sexta-feira passada, o então pré-candidato Andrea Matarazzo, que era apoiado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra, abandonou a prévia e se desfiliou do PSDB, acusando Alckmin de uso da máquina em favor de Doria. Ele ainda não anunciou se participará da eleição municipal por outro partido, mas uma possibilidade é se filiar ao PSD.

É nesse clima pouco amistoso que o segundo turno da eleição interna tucana acontece neste domingo. O processo é apenas para cumprir formalidades, já que há apenas um pré-candidato. A divulgação do resultado da votação está prevista para as 19 horas, segundo o diretório municipal do PSDB em São Paulo. Doria precisa ter apenas 20% dos votos dos militantes que comparecerem às urnas para ser declarado candidato. No primeiro turno, cerca de 6 mil militantes votaram.

Alckmin não quis comentar as acusações de Matarazzo contra ele.

— Eu respeito a sua decisão. Temos aqui escolhido um ótimo candidato. Agora é trabalhar para ampliar a aliança e conversar com a sociedade.

Doria também evitou alimentar a intriga que se arrasta no partido há, pelo menos, três meses e fez um gesto para as lideranças que estavam com Matarazzo.

— Foi uma campanha aguerrida e isso faz parte do jogo. Vamos agora somar forças para uma única candidatura. Tenho o maior respeito por todos aqueles que estiveram em campos distintos. Agora temos um único campo que é o do PSDB disputando a prefeitura.

Como Doria é novato no PSDB, as conversas para tentar convencer Fernando Henrique e Serra a participar da campanha do empresário — ou, ao menos, não trabalharem contra — serão conduzidas por Alckmin. Duas semanas atrás, o governador teve um encontro a sós com FH em que falou da necessidade de unidade do partido para a eleição na capital paulista. Mas a conversa não foi conclusiva.

A missão de unir essas lideranças em torno de Doria deverá ser árdua. Neste domingo, nem Serra nem FH, assim como outros apoiadores de Matarazzo, aparecerão para votar na prévia num gesto de reprovação à escolha do empresário.

Diferentemente do primeiro turno da prévia tucana, que foi marcada bate-boca e até agressões, a votação neste domingo segue sem tumulto. Havia rumores de que poderiam haver boicotes em alguns locais de votação, mas, até o momento, nada foi registrado.


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