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Advogados pedem Judiciário mais progressista em ato em SP

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SÃO PAULO – A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco, região central da capital paulista, abrigou na noite desta quinta feira um ato público em defesa da legalidade na condução da Operação Lava-Jato e pedindo uma “guinada progressista” no âmbito do Poder Judiciário. Participaram da manifestação alunos, professores, juristas e representantes de entidades de estudantes e partidos políticos de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores.

Os organizadores abriram o evento dizendo que não se tratava de um ato para defender o presidente Lula, mas para defender o Estado democrático de direito. O salão nobre da faculdade ficou lotado. A cada intervenção, a plateia gritava palavras de ordem como “Não vai ter golpe” e “Vai ter luta”. O juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato, também foi lembrado, com gritos de “Moro na cadeia”.

O primeiro a falar foi o professor Fábio Konder Comparato, que elencou razões políticas e econômicas para a atual crise que o país vive:

— Estamos às vésperas de um caos político e econômico. Peço a todos um momento de reflexão. É preciso compreender a situação. É como uma doença, não podemos distribuir aspirinas à toa. Temos que saber as causas.

Para Konder, o momento atual é muito diferente de 1964, quando havia uma cisão política. Agora, diz ele, isso não existe mais, toda a classe política está sendo atacada pela população.

— A nossa tradição não é se fixar em ideias, mas em pessoas. Isso é trágico porque elegemos bodes expiatórios e heróis nacionais e não preciso dizer quem são eles — disse Comparato, em referência ao ex-presidente Lula e ao juiz Sérgio Moro.

O professor Sérgio Salomāo Shecaira, titular da cadeira de Direito Penal, chamou Moro de “todo poderoso” é criticou o modo como o magistrado conduziu a Operação Lava-Jato e os vazamentos à imprensa. E disse ainda que o Poder Judiciário está acovardado, a ponto de modificar o princípio da presunção de inocência.

— Não nos resta outra saída, a não ser ir às trincheiras das das garantias constitucionais, devido processo legal e da presunção de inocência — disse Shecaira.


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