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Antigo espaço de lazer, Igarapé do Tarumã sofre cada vez mais com a poluição

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Há pouco mais de 30 anos, o igarapé do Tarumã era um dos locais mais frequentados pelos manauenses nos fins de semana e feriados. Com o passar dos anos, aliado à omissão do poder público e a falta de consciência da população, o cenário, que antes era considerado paradisíaco, foi ficando cada vez mais poluído e se tornou motivo de preocupação para os moradores mais antigos do Tarumã, na Zona Oeste, e os ambientalistas.

A cozinheira aposentada Rosilda Silva, 85, lembrou saudosa da época em o igarapé era palco de momentos felizes de famílias amazonenses. Ela trabalhou em três restaurantes próximos da ponte da AM-450, antiga avenida do Turismo, onde as pessoas se reuniam para se divertir e lembra como o igarapé era limpo. “Era tudo muito lindo, a água limpa, não tinha sujeira, as pessoas tomavam banho e se divertiam bastante. Hoje está de fazer dó, está tudo imundo, catinga forte”, contou.

Rosilda também lamentou a forma como os igarapés de Manaus vêm sendo tratados ao longo dos anos pelo poder público e pelos próprios moradores que jogam lixo e animais mortos dentro dos igarapés. “Eu fico muito triste em ver as pessoas jogando de animal morto até carcaças de geladeiras aí dentro, mas não são só moradores daqui não, tem lixo que vem descendo de outros bairros e tem gente que para o carro aqui e joga sacos de lixo lá para dentro. É uma tristeza e os governantes também não fazer nada. Tenho medo de isso tudo se acabar de uma vez”, disse.

A comerciante Alexandra Nascimento, 34, contou que tomou banho no igarapé até os 15 anos de idade e foram os melhores anos da vida dela, mas com a ação humana e a falta de ações dos governos, o igarapé do Tarumã está fadado a ficar apenas na memória dos moradores mais antigos. “Nós éramos muitos felizes naquela época, vivíamos dentro da água, não tinha essa de poluição, eram tempos maravilhosos, mas a natureza está se acabando com tanta poluição e omissão”, contou.

Alexandre disse que os irmãos dela ainda saem para pescar em uma área não poluída do igarapé, mas o lixo têm formado uma barreira que impede a navegação. Garrafas pet, carcaças de geladeira, isopor e animais mortos se unem a vegetação e formam uma barreira de lixo e dificulta a travessia. A cada remada, os moradores puxam lixo e mais lixo. “É um horror, o lixo está cada vez maior. Lá para dentro ainda tem partes bem limpinhas, que é onde eles pescam, mas até isso está ficando difícil”.

Professor sugere três ações duras

Para o mestre em ciências florestais e ambientais Rogério Fonseca, três ações pontuais deveriam ser iniciadas visando a redução da poluição na bacia do Tarumã. Segundo ele, a primeira é a reordenação de ocupações na Zona Norte da cidade. “Existem essas ocupações? Existem, então a gente precisa taxar essas pessoas, elas invadiram e não pagam imposto, precisam pagar”, disse Fonseca…

Álik Menezes


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