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Milionários concentram investimentos em renda fixa

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SÃO PAULO – O cenário de incerteza econômica e juros em alta fazem com que os clientes das casas de gestão de patrimônio concentrem cada vez mais seus investimentos em títulos de renda fixa, sejam eles públicos ou privados. Essa categoria de aplicação representava 33,2% do total de aplicações em 2012 e, no ano passado, essa fatia subiu para 47,3% dos R$ 74,671 bilhões que estão alocados nessas instituições, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

— O que vemos é um movimento de preservação de capital. A participação da renda fixa tende a ser representativa em um momento de taxa de juros altos e incerteza — disse Richard Zillioto, diretor da Anbima.

Os dados da Anbima levam em conta as instituições que se declaram casas de gestão de patrimônio, em geral especializadas na administração de recursos de clientes de altíssima renda e independentes (não vinculadas a bancos). O patrimônio gerido por essas instituições era de R$ 74,671 bilhões em dezembro do ano passado, um crescimento de 17,3% na comparação com igual mês de 2014. Zillioto explica, que esse crescimento se deve também a entrada de novos associados no Comitê de Gestores de Patrimônio da Anbima, que levaram R$ 7,4 bilhões para essa base de dados.

Em 2014, a fatia que estava alocada em renda fixa era de 39,6%. A segunda maior categoria de ativos entre os recursos administrados por esses gestores é a de fundos multimercados, que representam 25% do total em dezembro de 2015 – ante 25,8% 12 meses antes. No início do levantamento da Anbima, feito em 2012, essa fatia era de 35,6%.

No caso da renda variável, a fatia está em 17,3% e 8,1% em investimentos em estruturados. Os outros 2,3% estão em categorias diversas, como previdência.

MÉDIA DE R$ 20,46 MILHÕES INVESTIDOS

Esses recursos estão distribuídos entre 3.649 grupos econômicos, conceito utilizado pela Anbima e que considera como um só cliente o patrimônio que é decorrente de estruturas familiares. Cada grupo tinha investido, em média, R$ 20,46 milhões. No ano passado, o número de grupos econômicos era maior, 3.874, o que significa uma queda de 5,8%. No entanto, segundo Zillioto, essa retração está mais atrelada a uma questão metodológica, em que mais casas passaram a utilizar esse conceito de grupos econômicos.

Desses milionários, a maior parte está em São Paulo, que conta com 2.815 grupos econômicos, ou 77,1% do total. Já o Rio de Janeiro aparece na segunda colocação, com 552, 15,1% do total – era 9,6% 12 meses antes. As outras regiões possuem uma participação mais restrita nesse universo de gestão de patrimônio.


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