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Devido a crise e a insegurança, o fechamento de firmas no Amazonas quase dobrou

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No ano passado, 5,9 mil empreendimentos fecharam suas portas, em meio à crise, o pior resultado dos últimos três anos, segundo dados da Junta Comercial do Amazonas

Baixa das empresas cresceu na Junta Comercial em ano de desemprego elevado, fraco consumo e queda da renda

A crise econômica e a insegurança fez quase dobrar o fechamento de empresas no Amazonas, em 2016. Foram 5,9 mil negócios que fecharam suas portas durante o ano passado, o pior nos últimos três anos, segundo dados da Junta Comercial do Amazonas (Jucea).

O comércio foi um dos segmentos fortemente afetados pela crise. Sem perspectiva de novos empregos ou de manutenção no atual trabalho no médio prazo, o cidadão freou o consumo, o que afeta diretamente as vendas.

Em 2016, 780 lojas do comércio fecharam, segundo informações da Câmara de Dirigentes de Lojistas de Manaus (CDLM). “São lojas que estavam funcionando e fecharam. Grande parte perdeu venda e não conseguiu sobreviver. Preferiu demitir, fechar e reavaliar, no futuro, se vale a pena reabrir”, disse o presidente da CDLM, Ralph Assayag.

A crise econômica afetou tanto os negócios no Centro de Manaus, quanto nos shoppings, centros comerciais e nos bairros. Há shoppings na capital que há meses têm boxes, destinados a lojas, desocupados. As placas de ‘aluga-se’ são comuns nos centros comerciais de bairros como Dom Pedro e Parque 10.

A carga tributária dos produtos e o custo de empregados são os componentes mais caros para manutenção de um negócio em pleno funcionamento, segundo Assayag. “Se põe a carga tributária no produto, mas o produto está caro, então não vende”, afirmou o presidente da CDLM.

Os aluguéis, segundo Assayag, foram reduzidos em quase 40%, em Manaus, mas ainda assim é difícil manter as lojas abertas. “O preço voltou ao nível de seis, sete anos atrás. Mas aluguel se negocia, salário de funcionário não”, disse Assayag.

Para o economista Marcos Evangelista, o maior peso sobre os empresários é mesmo a carga tributária. O peso é ampliado com a falta de informação. “Muitos empresários não têm expertise necessária para calcular o preço do produto com o custo dos tributos. Ele acha que para saber o preço do produto é só multiplicar por 2 e ele terá o lucro. Não é assim e no decorrer do tempo, isso se torna mais pesado, levando a fechar as portas”, avaliou.

A grande maioria dos empreendedores fecha o negócio nos primeiros dois anos de funcionamento, muitas vezes, por má gestão, segundo Evangelista.

Somente em 2016, foram 5,9 mil empresas fechadas no Amazonas. O resultado é quase o dobro de 2015, quando 2,9 mil negócios foram finalizados.

O número de empresas fechadas em 2016 foi o pior nos últimos três anos e acompanha outro dado negativo: em três anos, a quantidade de empresas abertas também atingiu o pior resultado, em 2016. No passado, 4,6 mil empresas iniciaram suas atividades, resultado 8% menor que no ano anterior (5 mil), de acordo com a Jucea.

Com Informações D24am


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