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Dólar sobe e vale R$ 3,381; Bolsa cai 1,2%

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RIO — Depois de ter fechado no menor patamar em quase um ano na véspera, o dólar comercial sobe nesta quinta-feira, avançando 0,32% e valendo R$ 3,381 na venda. Na mínima da sessão até agora, a divisa chegou a valer R$ 3,364, porém. Globalmente, o dólar avança 0,3% contra uma cesta de dez divisas. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), cai 1,22%, aos 50.999 pontos. A Bolsa local acompanhando o desempenho do mercado acionário externo, que interrompe cinco pregões de valorização reagindo hoje à queda das commodities — os produtos básicos, depois de um “rali” (jargão dos operadores para sequência de altas), despertam cautela hoje junto aos investidores.

Apesar da valorização de hoje, o dólar comercial acumula queda de 6,75% este mês, reagindo a diversos fatores. O principal deles, segundo analistas, foi o fraca criação de vagas no mercado de trabalho americano em maio, que acabou levando os investidores a abandonarem de vez as apostas em uma elevação dos juros este mês pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Outro fator importante, que foi sentido sobretudo ontem, foi a alta das commodities e a recuperação da demanda interna da China.

Internamente, contribui para a desvalorização do dólar a falta de intervenção do BC, que não promove operações de swap cambial reverso — que equivale à compra de dólares no mercado futuro e contribuiria para fazer o dólar subir —desde 18 de maio. Assim, os investidores passaram a desconfiar de que o BC não tem mais interesse em manter o dólar em determinado patamar.

Mas para Ignácio Rey, economista da Guide, o BC não interrompeu de vez a intervenção por meio dos swaps reversos:

— O BC ainda tem espaço para reduzir o estoque de swap, que ainda está ao redor de R$ 60 bilhões, por meio de contratos reversos. Ainda que o dólar tenha recuado e o BC não tenha entrado no mercado para segurar esse piso “implícito”, acreditamos que a gestão de Ilan à frente do BC vai continuar com esse programa. Ele já disse, antes de ser nomeado para o BC, que a autarquia não pode corroborar a euforia do mercado.

As principais ações do pregão operam em queda. Depois de ter disparado mais de 8% na véspera, a Petrobras cai 2,40% (R$ 11,76) entre os papéis ON, enquanto o PN tem baixa de 2,66% (R$ 9,14). A companhia também é impactada pela desvalorização do preço do petróleo hoje, cujo barril do tipo Brent recua 1%, a US$ 52.

— Ontem, os papéis subiram muito com as commodities e dados positivos da China. Hoje, então, o movimento é de realização. Setores como o de siderurgia, que dispararam, estão devolvendo parte da alta — explicou Alexandre Espírito Santo, economista da Órama.

Na Vale, a ação ON despenca 5,17% (R$ 16,12), enquanto a PN tem baixa da 3,34% (R$ 12,71). A Usiminas cai 5,71% (R$ 1,98), enquanto a CSN tem baixa de 8,23% (R$ 7,47). A Gerdau tem baixa de 5,23% (R$ 6,16).

Entre os bancos, o Banco do Brasil ON tem baixa de 0,85% (R$ 17,30). O Bradesco PN registra desvalorização de 0,72% (R$ 24,82). O Itaú Unibanco PN recua 1,17% (R$ 30,17).

A companhia aérea Gol PN dispara 9,41% (R$ 2,79), depois que a Comissão Mista do Senado aprovou a elevação para 49% de participação estrangeira nas companhias aéreas brasileiras na véspera.

EXTERIOR EM BAIXA

No exterior, todas as principais Bolsas caem. O índice de referência do continente europeu, o Euro Stoxx 50, caiu 1,02%, enquanto a Bolsa de Londres fechou em baixa de 1,1%. O pregão em Paris encerrou com desvalorização de 0,97%, e em Frankfurt, com baixa de 1,25%.

Em Wall Street, o índice S&P 500 cai 0,19%, deixando seu maior patamar em dez meses. O Dow Jones recua 20%, e o Nasdaq, 0,31%.


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