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Dólar cai a R$ 3,42 e Bolsa sobe 0,25% com trégua no ‘Brexit’

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RIO – O dólar comercial caiu 1,44% contra o real nesta sexta-feira, a R$ 3,421, refletindo o maior apetite para risco do mercado global com a percepção de que diminuíram as chances de o Reino Unido deixar a União Europeia. Além disso, também alterou a expectativa dos investidores a interrupção das campanhas do referendo sobre o “Brexit” após o assassinato de uma parlamentar britânica pró-permanência, na quinta-feira. No mercado acionário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 0,25%, aos 49.533 pontos, no meio do caminho entre o desempenho de alta europeu e de queda nos EUA.

— O mercado local hoje segue o clima mais tranquilo do mercado exterior com o “Brexit”. Por aqui, as denúncias de Sérgio Machado, aparentemente estão sendo ignoradas pelos investidores, ou porque não se quer desestabilizar o governo ou porque compreende-se que a nova equipe econômica tem chances de funcionar distante da turbulência política, como foi no caso do Mensalão. No caso do câmbio, também deve-se considerar que algumas empresas brasileiras têm conseguido fazer captações no exterior. mesmo que o volume não seja enorme, já consegue influenciar a cotação do dólar — disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Faz duas semanas que o “Brexit”, a ser decidido em referendo no dia 23, tem causado perdas nos mercados acionários de todo o mundo, com os investidores temendo os prejuízos que uma eventual saída britânica da UE pode provocar. A preocupação aumentava conforme as pesquisas de opinião demonstravam probabilidade maior de vitória daqueles que querem a saída. Mas ontem, segundo os números compilados pelo site de apostas Oddschecker, essa probabilidade caiu de 44% para 38% em algumas horas.

Com o alívio momentâneo sobre o “Brexit”, a libra ganhou força pelo mundo e o dólar se enfraqueceu. Contra uma cesta de dez moedas, a divisa americana perde 0,44%, segundo o índice Dollar Spot, da Bloomberg. O dólar mais fraco, por sua vez, impulsionou as commodities. O barril de petróleo do tipo Brent avança 2,65%, aos US$ 48,45, interrompendo sequência de seis quedas.

A conjuntura de dólar mais fraco e commodities em alta favorece Bolsas de países emergentes, entre elas a Bovespa.

A Petrobras ON avançou 5,76% (R$ 11,39), enquanto a PN tem alta de 5,29% (R$ 8,95). Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, na noite de quinta, em seu programa na GloboNews, o presidente da companhia, Pedro Parente, disse que a estatal já recebeu ofertas pela BR Distribuidora. Parente não detalhou, porém, se a ideia é vender uma participação minoritária ou o controle da subsidiária.

— As declarações dele foram bastante firmes, transmitindo segurança ao investidor. Mas também foi um dia de alta forte do petróleo, o que acabou favorecendo a companhia — disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. — Mas, no geral, o mercado local encerrou a semana com movimento de cautela, evitando se posicionar com mais intensidade para uma semana de muita volatilidade, já que é quando acontecerá o referendo. Tanto que o volume foi fraco, apesar de, para segunda feira, estar previsto vencimento de opções, que costuma movimentar o mercado.

A Estácio teve a maior alta percentual do Ibovespa hoje, de 7,26%, com os investidores reagindo à mudança na diretoria-executiva da rede de universidades e especulando sobre a possibilidade de união com empresas rivais.

Fora do Ibovespa, as ações preferenciais da Oi despencaram 26,67%, a R$ 1,10, depois de a empresa informar que ainda não conseguiu acordo com detentores de bônus para reestruturação financeira da empresa e que 60% de seus recebíveis estão penhorados a bancos brasileiros.

Na Vale, a ON subiu 0,33% (R$ 15,28) e a PNA registrou valorização de 0,66% (R$ 12,26). No setor bancário, o de maior peso no pregão, o Banco do Brasil teve queda de 1,17% (R$ 16,00), enquanto o Bradesco PN desvalorizou-se em 0,62% (R$ 24,21). O Itaú Unibanco PN caiu 0,24% (R$ 28,92).


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