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BC volta a intervir no mercado de câmbio e dólar sobe a R$ 3,52

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RIO e SÃO PAULO — O dólar comercial se mantém em alta frente ao real na manhã desta sexta-feira e às 10h54m se valorizava 1,43%, sendo negociado a R$ 3,52 na venda. O Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio nesta manhã e já fez dois leilões de contratos de swap cambial reverso, uma operação que equivale a uma compra futura de moeda. Na prática, com os leilões, o BC retira dólares do mercado com o objetivo de elevar a cotação da divisa americana, que vem se desvalorizando frente ao real influenciada pelo fator político.

No primeiro leilão, realizado entre 9h30m e 9h40m, o BC vendeu todos os 80.000 contratos de swap cambial reverso, o equivalente a cerca de US$ 4 bilhões. No segundo leilão, feito entre 10h20m e 10h30m foram vendidos apenas 7.500 dos 40 mil contratos oferecidos ao mercado. A operação movimentou US$ 373,9 milhões.

Analistas avaliam que apesar das intervenções do BC para manter o dólar comercial acima de R$ 3,50, a tendência para a moeda é de queda. Na política, o foco hoje é sessão na Câmara que irá decidir sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo. A expectativa do mercado é que o BC continue fazendo os leilões de swap cambial reverso.

“O noticiário político (com o julgamento do STF desfavorável ao governo em relação ao impeachment) ainda deve fazer com que haja pressões para a apreciação do real”, diz o economista Newton Rosa em relatório da SulAmérica Investimentos.

Ontem, mesmo com o BC retirando US$ 6 bilhões de circulação através dos leilões, o dólar comercial não teve força para subir e fechou praticamente estável, cotado a R$ 3,476, com pequena variação negativa de 0,02%.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa, índice de referência do mercado de ações brasileiro, começou o dia em alta e pouco depois das 10h se valorizava acima de 1%. Às 11h54m, o Ibovespa subia 0,95% aos 52.907 pontos. A maior alta é apresentada pelas ações preferenciais (sem direito a voto) da Gerdau Metalúrgica, com ganho de 4,18% a R$ 2,75. A maior queda é das preferenciais da Cemig, com perda de 0,65% a R$ 7,57.

“Hoje temos mais um dia complicado para os mercados de risco, especialmente no cenário local. Vamos ter que repercutir as decisões do STF sobre liminares não acatadas pelo STF, que favoreceriam o governo, a postura do Bacen em relação ao câmbio e suas operações de swap cambial reverso e ainda os discursos inflamados na plenária da Câmara”, diz em relatório Álvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais.

No cenário externo, a divulgação de indicadores econômicos da China trouxe números melhores que os esperados. O PIB do primeiro trimestre registrou expansão de 6,7% anualizado, mas ainda assim mostra a menor expansão desde 2009.


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