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BC retira mais US$ 4 bilhões do mercado e dólar sobe a R$ 3,51; Bolsa passa a cair

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RIO – O dólar comercial opera em alta de 0,94% nesta quinta-feira, cotado a R$ 3,510, pautado pela proximidade da votação do impeachment na Câmara no domingo e influenciado pela intervenção do Banco Central (BC). Enquanto as contas cada vez menos favoráveis ao governo na Câmara para barrar o processo empurram o dólar para baixo, a autoridade monetária tem comprado porções bilionárias da moeda para evitar que ela se desvalorize demais — o que prejudicaria as exportações e empresas que se prepararam ao longo dos últimos meses para uma valorização do dólar.

Por volta de 9h30m, o BC retirou do mercado US$ 3,98 bilhões por meio de “swaps cambiais reversos” — operação que equivale à compra de dólar no mercado futuro. Ao enxugar a oferta de dólar na economia, essa operação tende a valorizar a divisa americana. Na máxima da sessão desta quinta, a moeda chegou a valer R$ 3,527.

Com a intervenção de hoje, o BC acumula US$ 18,2 bilhões em swap reverso em três dias. Na véspera, a moeda americana fechou em queda de 0,48%, a R$ 3,477 na venda.

‘TENDÊNCIA DE ALTA DA BOLSA CONTINUA’

A Bolsa de Valores São Paulo (Bovespa), por sua vez, mudou de trajetória no meio da manhã e agora registra desvalorização de 0,34%, aos 52.971 pontos.

— O mercado subiu bastante nos últimos, e os investidores sentiram a necessidade de realizar algum lucro. Isso é normal. Mas não teve nenhuma notícia favorável ao governo que mudasse a tendência de alta da Bolsa. A tendência é clara e eu acredito que vai continuar se o processo foi aprovado na Câmara no domingo — afirmou Leonardo Ramos, sócio da DNA Invest.

O especialista também lembra que haverá vencimento de contratos de opção sobre as ações na próxima segunda-feira, o que influencia as cotações pois os investidores tentam pressionar os papéis para o preço mais favorável à sua estratégia.

Em escala global, o dólar opera praticamente estável (queda de 0,09%) contra uma cesta de dez divisas, de acordo com o índice Dollar Spot, da Bloomberg.

As Bolsas externas, que têm semana de forte valorização motivada por maior otimismo com a economia chinesa e recuperação das ações bancárias, registram pregão de leve alta hoje. O índice Dow Jones, nos EUA, sobe 0,1%, enquanto o índice de referência europeu, o Euro Stoxx 50, avança 0,39%. Em Paris, a alta é de 0,18%, e em Frankfurt, de 0,52%. A exceção é Londres, que cai 0,13%.

VALE E SIDERÚRGICAS DESPENCAM

Entre as ações brasileiras, os papéis Petrobras ON caem 0,92% (R$ 11,72), e os PN, 1,68% (R$ 9,35). No setor bancário, o Banco do Brasil ON sobe 0,98% (R$ 22,55), mas o Bradesco PN cai 0,91% (R$ 29,14), e o Itaú Unibanco PN, 0,59% (R$ 33,51).

As principais quedas ocorrem no setor de mineração e siderurgia. A Vale ON cai 4,85% (R$ 18,62), e o papel PNA despenca 5,06% (R$ 14,05). A CSN ON recua 5,76% (R$ 12,27), a Gerdau tem baixa de 4,43% (R$ 7,98) e a Usinimas, de 4,95% (R$ 2,11).

— Essas ações haviam disparado nos últimos dias devido a dados positivos referentes à China. Então é natural que elas “realizem” hoje. Além do mais, o minério de ferro está caindo um pouco lá fora — explicou Ramos, da DNA Invest.

O minério de ferro caiu hoje 1,82% na China, com a tonelada recuando a US$ 59,38.

Na outra ponta estão as ações de companhias exportadoras, que vinham sofrendo com a queda do dólar e hoje têm uma trégua. No setor de papel e celulose, a Fibria ON avança 1,61% (R$ 30,19), enquanto a unit da Klabin tem alta de 1,60% (R$ 16,50), e a Suzano PNA, de 1,90% (R$ 12,29).


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