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Profissionais do boxe são autorizados a competir nos Jogos do Rio

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Os boxeadores profissionais poderão disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira pela Associação Internacional de Boxe Amador (AIBA) após uma votação no congresso extraordinário realizado em Lausanne, na Suíça. Foram 84 votos a favor e quatro abstenções.

Esta é uma nova mudança no boxe olímpico, que há havia criado categorias femininas nos Jogos de Londres-2012. Neste ano, pela primeira vez os homens vão competir sem capacetes, o que acontecia desde os Jogos de Los Angeles-1984.

– Nós aprovamos. Agora eles podem competir – disse o diretor da AIBA, Ching-Kuo Wu.

Apesar da autorização ao conjunto dos profissionais para os Jogos Olímpicos, a princípio poucos devem comparecer ao Rio de Janeiro, pela falta de tempo de preparação para disputar o último torneio classificatório, previsto para a Venezuela em julho. Um total de 286 lutadores, sendo 236 homens e 50 mulheres, vão participar do pré-olímpico.

“Tomamos esta decisão, que está dentro das recomendações da Agenda-2020 do COI, para o futuro e com a perspectiva de Tóquio-2020, porque o ciclo de classificação para o Rio está muito avançado”, informou a AIBA, em nota, destacando a decisão como uma “etapa adicional na evolução do boxe”.

A primeira porta para a profissionalização do boxe olímpico foi aberta há três anos, quando a AIBA autorizou a presença nas Olimpíadas de profissionais com menos de 15 combates disputados.

KLITSCHKO VEM?

Entre as estrelas do boxe profissional, o filipino Manny Pacquiao, que sonhava em representar seu país no torneio olímpico, anunciou sua desistência no fim de maio, já que deve iniciar uma nova carreira como senador.

Já o ucraniano Vladimir Klitschko, medalha de ouro nos Jogos de Atlanta-1996, quando era amador, afirmou em março que viajaria ao Rio se a reforma fosse aprovada, mas parece ter poucas chances de competir no Brasil, já que tem uma luta no dia 9 de julho em Manchester contra o britânico Tyson Fury pelos cinturões da WBA e WBO.

Uma série de lutadores importantes da história do boxe foram campeões olímpicos antes de se tornarem profissionais. Além de Klitschko, há entre os medalhistas Muhammad Ali, Joe Frazier, George Foreman, Lennox Lewis e Oscar De La Hoya.

POLÊMICA

Mas a mudança também gerou críticas. Muitos argumentaram que boxeadores amadores, que treinaram durante todo o ciclo olímpico para disputar os Jogos do Rio e não se tornaram profissionais perderiam algumas vagas para estes atletas.

Na semana passada, Mike Tyson, que foi bicampeão dos Jogos Olímpicos Juvenis em 1981 e 1982 antes de se tornar campeão mundial quando se profissionalizou, classificou a mudança como “ridícula”.

– É ridículo, tolo e alguns dos lutadores profissionais serão derrotados pelos amadores. Vai acontecer. Eu realmente acredito nisso – disse o ex-lutador de 49 anos.

Para Tyson, as regras diferentes vão acabar favorecendo os amadores. No boxe olímpico, as disputas têm três rounds, enquanto no profissional as lutas costuma ter 12 assaltos.

O norte-irlandês Carl Frampton, que foi campeão mundial na categoria supergalo, também criticou a decisão da AIBA.

– São dois esportes diferentes. É como um jogador de badminton jogando tênis – afirmou.

Mas o porta-voz da AIBA, Nicolas Jomard, disse que não há tanta diferença assim entre as duas categorias.

– Há muita conversa sobre a disparidade de nível, mas isso não é verdade. O boxe olímpico existe há décadas e é para eles (os profissionais) se adaptaram e não o contrário. Por que deveríamos adaptar para uma minoria? Estamos atuando para dar um legado olímpico ao boxe.


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