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Nomes dos presos envolvidos em doping no Marrocos devem ser divulgados na próxima semana

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RABAT, MARROCOS – Nos corredores da Real Federação de Atletismo do Marrocos (FRMA, na sigla em francês) existe uma expectativa de que os nomes dos seis presos no país, na última terça-feira, envolvidos em um esquema internacional de doping sejam divulgados após a realização da Liga Diamante, que acontecerá neste domingo, em Rabat. Ainda não se sabe se os detidos são atletas ou ex-atletas. Mas já é de conhecimento público que as drogas vinham da França e da Itália. A polícia chegou até os suspeitos após rastrearem mensagens telefônicas.

O Marrocos tem um histórico significativo de doping. Nos últimos 13 anos, 37 atletas do país foram flagrados com substâncias proibidas. A FRMA, no entanto, tem mostrado preocupação em reescrever essa história. A entidade tem participado das investigações junto às autoridades locais para desmantelar esse esquema. Por isso, acreditasse que alguns dos presos sejam do atletismo. No entanto, a própria entidade reconhece que esquemas ilegais sempre existirão. E que a única maneira de evitar novas farsas é através da educação.

– A maioria dos atletas de atletismo marroquinos vem de uma camada mais pobre da sociedade. Eles não têm muito acesso à educação. Então, não sabem muito bem diferenciar o certo do errado. Muitos dopings de atletas marroquinos poderiam ter sido evitados se os atletas tivessem mais instrução. Por isso, a FRMA está apostando mais na educação, em informar o atleta. As drogas sempre vão existir… O que precisamos mudar é a mentalidade dos nossos atletas – afirma Khalid Belfatmi, médico da FRMA.

Campeão olímpico nos 10 mil metros em Barcelona-1992, o marroquino Khalid Sakkah, de 49 anos, é membro da FRMA e também trabalha no comitê organizador da Liga Diamante. Segundo ele, a federação marroquina tem trabalhado duro para limpar o nome do país.

– O Marrocos tem bons atletas com grande potencial de se destacarem no cenário mundial. Infelizmente, nos últimos anos, alguns casos de doping difamaram o nosso atletismo. Mas isso é uma influência externa ao país. As drogas vêm de fora. Não são produzidas aqui. Mas vamos fazer o nosso atletismo voltar a ser como era na minha época, sem casos de doping.

O continente africano ainda é visto como problemático pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês). Dos cinco países que receberam um advertência especial sobre casos de doping, três são africanos: Etiópia, Quênia e Marrocos. No entanto, as prisões na última terça-feira representam um novo momento do esporte no país.

– Pela primeira vez, uma etapa do circuito mundial, que foi criado há nove anos, será realizada na África. Há nove anos, eu trabalho para isso acontecer. As coisas mudaram muito no continente durante esse tempo. Ainda não sabemos muito sobre as prisões. Mas mostra que o continente está querendo lutar contra o doping – informa o belga Wilfried Meert, diretor da IAAF e membro do comitê organizador da Liga Diamante em Rabat.

*Repórter viaja a convite da IAAF


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