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Temer faz mea culpa na posse de Marcelo Calero na Cultura

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BRASÍLIA – Com um discurso recheado de referências culturais, exaltando da bossa nova ao sertanejo universitário, dos atabaques aos quipás, Marcelo Calero tomou posse como ministro da Cultura, nesta terça-feira. Funcionário de carreira do Itamaraty, ele assumiu o cargo usando de diplomacia para reafirmar a crença no diálogo e disse que “o partido da cultura é a cultura”. Calero agradeceu a passagem que fez pela secretaria de Cultura do Rio e disse que pretende usar as Olimpíadas para projetar a cultura no âmbito internacional.

— O partido da cultura é a cultura, não qualquer outro — disse.

Calero assume o MinC após o presidente interino Michel Temer recuar da decisão de extinguir a pasta. Ele havia sido anunciado como Secretário de Cultura, subordinado ao Ministério da Educação (MEC), há pouco menos de uma semana. Na ocasião, tanto Calero quanto Mendonça Filho, ministro da Educação, afirmaram que Temer se compromete em recuperar as perdas orçamentárias que o MinC teve com relação a 2015 e, se possível, ampliar esses recursos.

A promessa foi ratificada pelo próprio Michel Temer durante a solenidade. No discurso, o presidente interino fez um mea culpa em relação à prévia extinção do Ministério da Cultura e disse que “desde os primeiros instantes” percebeu que a Cultura era fundamental para o país e, por isso, deveria continuar com uma pasta própria. Ele disse que quer “redimir” a Cultura e criticou movimentos por não mencionarem a dívida atual do ministério, previstas em R$ 200 milhões.

— Verifiquei desde os primeiros instantes que, na verdade, a cultura era um setor tão fundamental do país — disse Michel Temer, e completou citando a passagem de Calero pela secretaria de Cultura da cidade do Rio de Janeiro: — A profundidade com que ele (Marcelo Calero, novo ministro da Cultura) tratava do tema e, sobremais, fui verificar o que ele houvera feito ano passado, no Rio de Janeiro. Conduziu um trabalho extraordinário, conseguiu reunificar todo o setor cultural.

Calero disse que instrumentos legais devem ser aprimorados, mas garantiu que pretende preservar as ações do Programa Nacional de Cultura e criar novas iniciativas. Em pelo menos dois momentos, o novo ministro da Cultura foi interrompido por palmas efusivas. Entre nomes importante do setor, estavam na solenidade o cineasta Cacá Diegues, o ator Odilon Wagner e a atriz e cineasta Carla Camurati, que presidiu a Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ao final, foi aplaudido de pé

— Meu coração hoje está com os meninos do teatro da laje que vencem o medo, meu coração está hoje na Tijuca, o bairro carioca que me viu nascer e crescer. Meu coração hoje está com os quilombos, com o funk, com o sertanejo universitário, ele pula entre um trapézio e outro. Meu coração dança a ritmo do frevo, reza ao som dos atabaques. Está com todos que entendem a cultura como lugar da esperança — encerrou Calero.

TRAJETÓRIA

Calero é servidor público de carreira. Em 2007, passou no concurso para a carreira diplomática. Trabalhou no Departamento de Energia do Itamaraty e na Embaixada do Brasil no México. Em 2013, foi cedido para a Prefeitura do Rio, para atuar na assessoria internacional, quando comandou as comemorações de 450 anos do Rio.

Em janeiro de 2015, assumiu a Secretaria Municipal de Cultura do Rio. Entre os feitos de sua gestão, são apontadas a recuperação dos equipamentos culturais, como a reabertura do Teatro Serrador, e a democratização de projetos para fora dos limites da zona rica da cidade. Uma das últimas realizações de Calero na capital fluminense foi o Passaporte Cultural Rio, passe para acesso gratuito ou com desconto a peças, exposições e shows durante os períodos Olímpico e Paralímpico.


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