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Mulher é absolvida após matar ex-namorado que a estuprou

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Ana Raquel Santos da Trindade, de 31 anos, foi absolvida após matar o ex-namorado com 12 tiros. O crime aconteceu em 2014, em Florianópolis.

 

naom_582f7a8158fcbA decisão do juiz foi dada na última quinta. Ana, que conheceu Renato Patrick Machado de Menezes em 2013, foi na verdade vítima de seu próprio crime. A promotoria e o júri entenderam que o homicídio foi o único recurso encontrado por Ana após ter prestado mais de 20 queixas por agressão. Renato nunca foi preso e o promotor disse que sua atitude foi por conta da ineficiência do serviço de proteção à mulher.

No início do namoro, Ana foi trabalhar com Renato em seu spa, em Curitiba, Paraná.

“Ele foi me buscar na rodoviária e, depois, sumiu por uns três dias. Quando voltou, primeiro, disse que ia fazer uma massagem em mim. Eu não imaginava que ele estava drogado e que eu seria estuprada. Fui dopada, trancada no quarto, lembro dele em cima de mim tendo relações comigo”, relatou a gaúcha no processo.

Em sequência, Renato ameaçou Ana, seu filho de 4 anos e sua família. Ela descobriu que o spa do namorado era na verdade um prostíbulo e que ele transformava as massoterapeutas contratadas em “terapeutas sexuais”, segundo o UOL.

Ana foi torturada e mantida em cárcere privado, além de também ter sido estuprada por outros clientes do local. Após seis meses ela fugiu e foi morar com os pais. Ela continuou a ser perseguida mesmo após os registros de ocorrência contra Renato, que nunca foi preso.

“A verdade é que a Justiça falhou com ela. Muita antes do pedido da medida, ele deveria ter sido preso pela Lei Maria da Penha”, afirmou o promotor Andrey Amorim.

Ana então decidiu comprar uma arma e, após uma nova invasão de Renato à sua casa, ela disparou 12 vezes contra ele. Acertou nove e ele morreu duas semanas depois.

Ela chegou a ficar 24 dias presa. Após aguardar o julgamento em liberdade, cumpriu todas as determinações da Justiça e sua versão foi endossada por sete testemunhas.

Ana foi detida e levada ao Presídio Feminino, na Agronômica, onde ficou sabendo da morte de Renato. Ficou 24 dias presa e, no dia da soltura, foi aplaudida pelas outras detentas. Durante o período que aguardou o julgamento em liberdade, cumpriu todas as exigências legais e se apresentou regularmente ao juiz. Ela não tinha nenhum antecedente criminal.

“Ele fez da vida dela um inferno. Só restou o direito à legítima defesa”, afrimou o promotor.


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