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Sexo selvagem: aranha macho ‘amarra’ fêmea para copular

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RIO — Amarrar a parceira no momento do sexo pode fazer parte de alguma brincadeira erótica, mas para uma espécie de aranha é questão de sobrevivência. Pesquisadores da Universidade de Nebraska-Lincoln, no estado americano do Nebraska, descobriram que os machos da Pisaurina mira, uma espécie de aranha-de-jardim, produzem teias para amarrar as fêmeas durante a cópula. Não por fantasia sexual, mas para tentar não virar o lanche após o coito.

Entre algumas espécies animais, incluindo a Pisaurina mira, é comum o canibalismo após a cópula. A fêmea, sensivelmente maior que o macho, simplesmente devora o parceiro. Segundo Alissa Anderson, coautora do estudo publicado esta semana na revista científica “Biology Letters“, essa prática pode ser benéfica para a espécie, pois bem alimentada a fêmea tem mais chances de ter ninhada maior, com filhotes um pouco maiores e maior chance de sobrevivência.

“Em animais canibais sexuais, a forma física do macho é influenciada não apenas pelo sucesso no acasalamento e fertilização dos ovos, mas também por evitar ser comido”, diz o estudo. “Na Pisaurina mira, as patas de machos maduros são maiores em relação ao tamanho do corpo que as das fêmeas, e eles usam essas pernas para envolver as fêmeas com seda antes e durante a cópula”.

A hipótese levantada pelos pesquisadores é que as patas mais longas facilitam a tarefa de amarrar a fêmea e, por consequência, de fugir delas após a fertilização. Para testá-la, os cientistas juntaram casais, com fêmeas de tamanho aleatório e machos divididos em dois grupos: os com patas mais longas e com patas mais curtas.

TAMANHO DA PATA IMPORTA

Os machos que não conseguiam amarrar as fêmeas foram capazes de acasalar praticamente na mesma taxa que os machos que conseguiam envolvê-las, mas, desprotegidos, eram muito mais propensos a serem devorados. É aí que entra a vantagem das patas longas. Os machos com essa característica tinham mais sucesso em amarrar as parceiras, alcançando maior taxa de sobrevivência. Além disso, com as fêmeas amarradas, o número de inserções também é maior, o que aumenta as chances de sucesso na fertilização.

“Nossos resultados sugerem que o tamanho do macho e o envolvimento com seda durante a cópula são características sexuais selecionadas que beneficiam o sucesso reprodutivo dos machos”, conclui o estudo.


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